Polícia de MG diz que achou mais um lote de cerveja com substância tóxica
Resumo da notícia
- Em 7 de janeiro, um bancário de 55 anos morreu em Juiz de Fora com insuficiência renal
- O problema atingiu ao menos outras dez pessoas que consumiram a cerveja Belorizontina
- Laudos da polícia civil apontam substância tóxica em 3 lotes da marca
- A substância também foi detectada em exames de sangue de cinco dos pacientes internados
A Polícia Civil de Minas Gerais afirmou nesta segunda (13) que encontrou mais um lote da cerveja Belorizontina, da marca Backer, contaminado com o dietilenoglicol, substância tóxica suspeita de ser a causadora de uma morte e ao menos dez internações no estado.
Agora, são três os lotes nos quais a substância foi identificada, segundo o superintendente da Polícia Técnico-científica da Polícia Civil, Thalles Bittencourt. Cada lote tem 33 mil unidades de cerveja.
Segundo os policiais, o produto foi comercializado em Minas Gerais e Espírito Santo.
Lotes da Belorizontina em que a polícia identificou substância tóxica:
- L1-1348 -- apontado pela polícia como contaminado desde a semana passada
- L2-1348 -- apontado pela polícia como contaminado desde a semana passada
- L2-1354 -- anunciado hoje como contaminado
A fabricante tem negado que a substância seja usada em sua linha de produção. O UOL entrou em contato hoje com a assessoria de imprensa da Backer, que ainda não se manifestou sobre a contaminação deste terceiro lote de cervejas.
Segundo força tarefa criada por autoridades mineiras, a substância também foi detectada por exames de sangue em 5 dos 11 pacientes afetados por uma síndrome nefroneural (que compromete rins e sistema nervoso) entre o fim do ano passado e o início deste ano.
Os pacientes procuraram as unidades de saúde com problemas gastrointestinais e alterações neurológicas como paralisia facial, visão borrada, amaurose (perda da visão parcial ou totalmente) e alterações sensitivas.
A Polícia Civil informou também que, além do dietilenoglicol, foi encontrada a substância monoetilenoglicol, que também é tóxica, no tanque de refrigeração da fábrica Backer, em Belo Horizonte.
As duas substâncias tóxicas são armazenadas em tanque e, por meio de serpentinas, fazem o resfriamento durante o processo de produção, antes da fase da fermentação da cerveja. Mas não podem ser incluídas na bebida.
Polícia cogita sabotagem
A fabricante, que teve a linha de produção lacrada na última sexta-feira (10), garante que não o utiliza em nenhuma etapa do processo de fabricação de seus produtos. A Polícia Civil não descarta nenhuma possibilidade de investigação, inclusive sabotagem.
De acordo com a polícia, um supervisor da empresa registrou boletim de ocorrência por ameaça em 19 de dezembro de 2019, após um funcionário ter sido demitido.
O delegado responsável pelo inquérito, Flávio Grossi, disse que ainda não é possível afirmar se foi um erro ou sabotagem. O caso do funcionário que foi demitido da empresa no ano passado e chegou a fazer ameaças à empresa também está sendo investigado.
"Não posso afirmar se foi sabotagem, ou se foi erro", afirmou Grossi.
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