Imagem mostra pessoa esperando carro de família morta e carbonizada no ABC
Resumo da notícia
- Casal e filho foram encontrados mortos em São Bernardo na última terça
- A filha do casal e a esposa são as principais suspeitas do crime
- Elas estiveram na casa horas antes da família ter sido encontrada morta
- Imagem mostra também um homem esperando os carros saírem do condomínio horas antes de os corpos terem sido achados carbonizados
Minutos antes de o carro de Flaviana Gonçalves, 40, deixar pela última vez o condomínio em que a família vivia, às 0h56 da terça (28), uma pessoa foi filmada por câmeras de segurança caminhando próximo ao local segurando dois capacetes, conforme revelam imagens a que o UOL teve acesso.
Segundos depois, a mesma câmera registra outra pessoa passando logo atrás da primeira empurrando uma motocicleta.
Não se sabe quem são as pessoas e nem se elas têm ligação com a morte de Flaviana, do marido Romoyuki Gonçalves, 43, e do filho Juan Gonçalves, 15, cujos corpos foram encontrados carbonizados no porta-malas do carro de Flaviana horas depois. Mas a coincidência e o horário em que elas foram vistas na porta do condomínio chamam a atenção, e as imagens estão sendo analisadas no inquérito policial.
A cronologia do caso, feita com base nas informações da polícia, mostra também que Ana Flávia Menezes, 24, e sua esposa Carina Ramos, 31, principais suspeitas do assassinato, chegaram ao condomínio em que a família morta morava por volta das 18h — cerca de oito horas antes de o carro ter sido descoberto queimado em São Bernardo do Campo (SP), cidade vizinha a Santo André, onde a família morava.
Ana Flávia e Carina estão detidas deste a última quarta-feira (29), após um pedido de prisão temporária ser acatado pela Justiça.
Veja a cronologia do caso:
17h58: Carro da suspeita chega ao condomínio pela 1ª vez
Por volta das 17h58 da segunda-feira (27), o Fiat Palio prateado de Ana Flávia, filha de Flaviana e Romoyuki e suspeita dos assassinatos, entra no condomínio Morada Verde, em Santo André. A polícia ainda investiga quem estaria dirigindo o veículo, mas acredita que ela e Carina estavam dentro.
Cinco minutos depois, o carro deixa o local. Entre o primeiro horário e as 21h44, o carro foi flagrado pelas câmeras saindo e entrando do condomínio três vezes.
19h38: Romuyuki chega em casa
Em meio às entradas e saídas de Ana Flávia, seu pai, o comerciante Romuyuki Gonçalves, chega no condomínio. Ele passa pelo portão do local às 19h38. O Palio prateado de Ana Flávia passa logo em seguida, colado ao veículo do pai.
20h45: Carina é vista encapuzada
Minutos depois, a esposa de Ana Flávia, Carina Ramos, entra no condomínio pelo portão social a pé. Ela está encapuzada, o que chamou a atenção dos policiais, pois fazia calor naquela noite. Às 20h45, Carina aparece no bolsão do estacionamento do condomínio, de novo a pé.
Um minuto depois, o Palio prateado é visto novamente saindo do local. Carina sai do condomínio a pé, atravessa a rua, e o veículo a segue. Ela então entra no carro na rua Beija Flor, próxima ao condomínio. O carro em que as duas estariam volta ao condomínio cerca de uma hora depois.
22h18: Carro de Flaviana chega ao condomínio
Às 22h18, o Jeep Compass azul-escuro de Flaviana Gonçalves, a mãe da família, chega no condomínio. Ela estava trabalhando em uma de suas lojas que fica em um shopping, segundo a polícia.
0h55: Homem na portaria na hora da saída dos carros
As imagens repassadas à polícia mostram que uma pessoa parada na frente do condomínio, portando dois capacetes, um minuto antes dos carros de Flaviana e Ana Flávia deixarem o condomínio pela última vez, às 0h56 da terça-feira (28). Segundos depois, outra pessoa passa logo atrás empurrando uma motocicleta.
A polícia, com base no depoimento de uma testemunha que está sob proteção, acredita que um homem de 1,90 metro teria participado do crime.
A testemunha, diz a polícia, afirmou que viu um homem ajudando Carina e Ana Flávia a colocar algo no carro, que estava estacionado de ré na casa da família, dentro do condomínio. Não há informações, no entanto, de que esta seria a mesma pessoa flagrada pelas câmeras naquela madrugada.
Apesar de o porteiro ter afirmado aos investigadores que viu Flaviana saindo com seu carro naquele momento, a polícia afirma que não é possível confirmar essa informação até o momento.
2h30: Corpos carbonizados
O carro da família foi localizado queimado, com os três corpos carbonizados, na Estrada do Montanhão, próximo ao Rodoanel, em São Bernardo do Campo.
Os depoimentos
Segundo a polícia, Ana Flávia foi interrogada de forma "exaustiva" após os corpos terem sido localizados (por volta das 2h30 da última terça). Ela passou mal enquanto conversava com os policiais, o que dificultou a extração de informações por parte dos investigadores. Ana Flávia sustenta que a família devia dinheiro a um agiota, e a morte poderia ter sido uma retaliação.
Ela e Carina sustentaram a mesma versão: estavam na casa da família dos pais e, após um telefonema que "deixou todos exaltados", teriam decidido deixar o local. Elas não souberam explicar o sangue encontrado na casa e nas roupas de Ana Flávia.
"Segundo elas o clima ficou ruim, e elas perceberam que tinham de se retirar", disse ontem o delegado Paul Henry Bozon.
A mãe, segundo Ana Flávia, iria pagar o agiota e depois partiria para viagem a Minas Gerais. As duas afirmaram que estavam na casa de Carina durante a noite, mas as imagens da câmera do condomínio mostram que elas estavam na casa das vítimas. A polícia considerou os depoimentos contraditórios e a versão "inverossímil".
Um minuto depois o Palio prateado e um Jeep azul-escuro (carro de Flaviana) cruzam o portão. O veículo seria visto horas depois totalmente carbonizado.
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