Colunista do UOL Jamil Chade vence prêmio internacional de jornalismo
A International Sports Press Association (AIPS) concedeu seu prêmio de jornalismo investigativo de 2020 ao colunista do UOL e do Grupo Bandeirantes, Jamil Chade. O evento ocorreu em Budapeste, nesta segunda-feira, na presença de mais de 300 jornalistas de todo o mundo e autoridades como o presidente da Fifa, Gianni Infantino, o presidente da World Athletics, Sebastian Coe, membros do COI, da Uefa e de uma dezena de federações esportivas.
O prêmio concedido ao colunista é um reconhecimento por seu trabalho que, nos últimos anos, ajudou a revelar os bastidores do esporte no Brasil e contribuiu para pressionar por transparência na gestão do futebol.
Suas coberturas sobre escândalos de corrupção e os contratos secretos da seleção brasileira foram destacado no evento de gala.
Em seu livro "Propina, Política e Futebol", Chade mostrou também a cumplicidade do mundo político, os esquemas criados durante a organização da Copa do Mundo de 2014 e a estrutura de poder estabelecido pelo esporte mais popular do país.
Ao receber o prêmio, Chade lançou um alerta sobre a ofensiva que existe hoje contra a imprensa e insistiu sobre a necessidade de se garantir a liberdade como pilar fundamental da democracia. E concluiu com um aviso: "Não faltará tinta".
Criada em 1924 em Paris, a Associação reúne quase 10 mil profissionais dedicados à cobertura esportiva.
Em 2019, o prêmio da AIPS foi dado a Anas Armeyaw Anas, de Gana. O repórter, um ano antes, havia revelado a corrupção no futebol de seu país, levando a uma crise sem precedentes na federação local, a queda da direção e uma reforma do esporte. Seu trabalho de investigação em diferentes áreas foi elogiado até mesmo pelo presidente Barack Obama que, em um discurso, citou o fato de Anas "arriscar sua vida para reportar a verdade".
Ao receber o prêmio, Anas prestou uma homenagem ao seu colega, Ahmed Hussein-Suale, morto após a série de reportagens.
Em 2015, ainda que com um outro nome, o prêmio da AIPS foi dado ao jornalista alemão Hajo Seppelt, que revelou o esquema de doping na Rússia. Sua publicação levou à suspensão de dezenas de atletas dos Jogos Olímpicos e uma crise política inédita no esporte mundial.
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