Procurador que disse que índio não gosta de trabalhar volta ao cargo
O procurador de Justiça Ricardo Albuquerque da Silva, afastado do cargo de ouvidor-geral do MP-PA (Ministério Público do Pará) em novembro do ano passado, após afirmar que houve escravidão no Brasil porque o índio não gosta de trabalhar, foi reconduzido ao cargo ontem durante sessão no colégio de procuradores.
Em um áudio vazado nas redes sociais, o procurador afirmou ano passado que, "se você for ver sua família duzentos atrás, nenhum de nós trouxe um navio cheio de pessoas da África para ser escravizado aqui no Brasil. E não esqueçam —vocês devem ter estudado história— que o problema da escravidão no Brasil foi porque o índio não gosta de trabalhar. Até hoje".
À época, o MP-PA repudiou as afirmações de Albuquerque e disse que elas "refletem tão somente a opinião pessoal do referido membro da instituição". Informou, também, que tem trabalhado para assegurar a implementação de políticas públicas para garantir às populações negras e indígenas a efetivação da igualdade de oportunidades.
O áudio que vazou foi gravado durante palestra do procurador a estudantes de Direito de uma faculdade particular de Belém. O tema da conversa era uma comparação entre o Ministério Público brasileiro e seu congênere nos Estados Unidos.
Durante a palestra, ele deu argumentos para o comentário: "O índio preferia morrer do que cavar mina, do que plantar para os portugueses. E por isso que foram buscar pessoas nas tribos da África para vir substituir a mão de obra do índio no Brasil."
Ricardo Albuquerque da Silva afirmou que o áudio era tendencioso, que foi retirado de seu contexto e a pessoa que o divulgou agiu "de forma sub-reptícia". "O assunto era o Ministério Público como instituição e não tinha como escopo a análise de etnias ou nenhum outro movimento dessa natureza."
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