Cidades da Baixada Santista proíbem acesso às praias e fecham shoppings
Os prefeitos das nove cidades da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, decidiram proibir o acesso às praias e determinaram o fechamento de shopping centers, academias, casas noturnas e igrejas a partir de amanhã. Hotéis não poderão mais receber hóspedes e deverão suspender as atividades em até três dias.
As medidas foram tomadas para retardar o avanço da pandemia de coronavírus em Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente.
De acordo com as prefeituras, há 158 casos suspeitos da covid-19 e nenhum confirmado nos municípios da Baixada Santista. Existe uma preocupação com a proximidade com a Capital, onde a transmissão se tornou comunitária, quando não é mais possível identificar a origem das novas infecções, o que indica que o vírus começou a circular livremente.
Milhares de moradores do litoral trabalham em São Paulo, epicentro da epidemia no Brasil, assim como muitos turistas descem a Serra do Mar para aproveitar os dias ensolarados nas praias.
Os prefeitos desses municípios fizeram uma reunião por videoconferência hoje e decidiram aumentar as restrições à circulação. Outras medidas já haviam sido tomadas na segunda-feira (16), como o fechamento de escolas e equipamentos públicos.
Praias cheias
Nesta semana, porém, as praias continuaram cheias, apesar da recomendação das autoridades de saúde para que as pessoas não saiam de casa e evitem aglomerações.
"No caso de Guarujá, no último fim de semana ensolarado pareciam dias de temporada de verão. Não podemos permitir essa situação. Aglomerações de pessoas devem ser, de todas as formas, coibidas", comentou o prefeito de Guarujá, Válter Suman (PSB).
Por isso, entre as medidas anunciadas hoje está a proibição total de acesso às praias, seja de banhistas (moradores ou turistas) ou vendedores ambulantes.
"Praia é um espaço de convivência, integração e aproximação. É tudo que nós pretendemos evitar neste momento", justificou o prefeito de Santos e presidente do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).
Ele disse que haverá fiscalização. Banhistas que estejam na praia serão retirados pela Guarda Municipal ou pela Polícia Militar. Comerciantes receberão multas e poderão ter as licenças cassadas em caso de descumprimento da ordem.
Suspensão de funcionamento dos hotéis
Conforme decisão dos prefeitos, os hotéis, pousadas e similares da Baixada Santista não poderão mais receber hóspedes de hoje em diante e deverão providenciar a saída dos que estão hospedados. Além disso, os estabelecimentos da rede hoteleira deverão suspender as atividades a partir da próxima segunda-feira.
Shoppings fechados
Também a partir de amanhã, shoppings, academias, casas noturnas e templos religiosos não poderão abrir as portas. Somente estarão autorizadas a funcionar os estabelecimentos de suprimentos essenciais, como supermercados e farmácias. Lojas de rua também estão liberadas por enquanto.
Restaurantes, bares e lanchonetes poderão abrir, mas com a recomendação de diminuir em 30% o número de cadeiras e mesas e incentivar o comércio delivery.
Fechamento de rodoviárias
Os prefeitos da Baixada Santista também anunciaram restrições nas rodoviárias. Apenas trabalhadores das áreas de saúde, segurança pública e assistência social poderão utilizar os ônibus rodoviários, bem como aqueles que precisarem se deslocar em razão de uma emergência.
Conscientização nas estradas
Os prefeitos ainda pediram à Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), que utilize as placas eletrônicas das estradas para veicular mensagens que desestimulem os deslocamentos. Rodovias da SAI são a principal ligação entre a Capital e o litoral.
O chefe do Executivo santista disse que não está descartado o fechamento dos acessos das cidades da Baixada Santista pelas rodovias, caso seja necessário futuramente.
Todas as medidas anunciadas hoje valerão por tempo indeterminado. Os nove prefeitos da região montaram um comitê de crise e têm se reunido rotineiramente para avaliar a situação e tomar decisões conjuntamente.
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