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Unicamp cria plano para retomada após coronavírus, mas datas são dúvida

Unicamp trabalha projetos de retorno para todos os seus campi - Divulgação / Alex Matos / Sec Unicamp
Unicamp trabalha projetos de retorno para todos os seus campi Imagem: Divulgação / Alex Matos / Sec Unicamp

Felipe Pereira

Colaboração para o UOL, de Campinas

17/05/2020 20h33

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) prepara um plano de três fases para a retomada das atividades presenciais nos campi de Campinas, Limeira e Piracicaba. O projeto ainda está em fase preliminar. As aulas e a circulação na universidade estão suspensas desde o dia 13 de março, por causa da pandemia do coronavírus.

Em entrevista ao UOL, o reitor Marcelo Knobel reforça que não é possível prever data para a retomada das ações da universidade e que a ideia é fazer essa volta respeitando as medidas estabelecidas pelas autoridades estaduais e municipais.

"O plano foi enviado para todos os diretores para que cada um possa incluir as demandas específicas dos campi. Começamos a estudar isso há mais ou menos duas semanas. É impossível dizer quando vai começar, tudo vai ser discutido e avaliado com os gestores da saúde e as autoridades competentes", afirma Knobel.

O planejamento foi feito com base nas recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e decretos estaduais e municipais, sendo considerado conservador até mesmo pela universidade. Serve, no entanto, para traçar um mapa de tudo o que pode acontecer na volta às aulas e na retomada dos projetos de pesquisa, evitando a propagação do coronavírus no ambiente educacional.

São quatro fases, começando por um estudo preliminar e seguindo em prazos de duas, quatro e oito semanas.

Vestibular
O projeto da Unicamp propõe algumas datas para as inscrições dos vestibulares para o ano de 2021.

Vestibular da Unicamp: 31 de julho a 9 de setembro
Vestibular indígena: 20 de agosto a 21 de setembro
Ingresso pelo Enem: 15 de outubro a 16 de novembro
Vagas olímpicas: 17 de novembro a 8 de janeiro de 2021

Porém, todas as datas podem ser modificadas caso haja alterações na quarentena e se a pandemia do coronavírus ainda der sinais de força na época, além de depender da aprovação do Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas).

Detalhes do plano

- Fase 0 (ou preliminar)
A ideia é garantir o treinamento dos funcionários de limpeza para evitar o contágio e a transmissão do coronavírus, além de novas medidas para higienização da comunidade acadêmica. Estão incluídas a retomada de atividades administrativas presenciais e o retorno de 50% da frota de ônibus, com as devidas restrições de distanciamento social. Além disso, a universidade também pretende testar, de forma intensiva, pessoas com sintomas de covid-19. Hoje, os exames são realizados apenas em profissionais da saúde e pessoas internadas no Hospital de Clínicas.

- Fase 1
Nas primeiras quatro semanas após o início do plano, a proposta prevê retorno gradual de 20% dos trabalhadores, "preferencialmente em esquema de rodízio". O número pode aumentar para 40%, dependendo das indicações das autoridades de saúde. O Restaurante Universitário e os ônibus também vão funcionar com capacidade maior (mas não total).

- Fase 2
Dois meses depois do início do projeto, a proposta prevê a manutenção do distanciamento social, de 1,5m, com lotação em salas de aula de até 35%, e a retomada gradual das atividades:
- Trabalhadores, Restaurante Universitário, ônibus fretados: de 60% a 100%
- Creche de atendimento aos funcionários: de 30% a 100%
- Alunos de graduação e pós-graduação: de 25% a 100%

Fora isso, a universidade também quer incentivar as atividades remotas e manter em 50% as atividades presenciais em disciplinas práticas e laboratórios.

- Fase 3
Após a implementação da fase 2, o plano prevê a retomada de atividades de extensão e eventos, além da manutenção dos hábitos de higiene e a orientação do uso de máscaras, e a expansão dos testes na comunidade acadêmica para verificar casos "restantes" de covid-19.

"Reforço mais uma vez que não é possível estimar datas para isso, até para não criar expectativa na comunidade acadêmica. A situação do coronavírus é muito grave no país e precisa de toda a atenção no momento", completou o reitor.