Imagens registram agressões de frequentadores de festa a médica no Rio
Imagens feitas por uma moradora pela janela do seu apartamento registraram as agressões sofridas pela médica Ticyana Azambuja, espancada por frequentadores de uma festa clandestina em meio à pandemia no Grajaú, zona norte do Rio. As fotos mostram um homem a carregando nas costas, enquanto ela é agredida a socos por outro sujeito.
Uma mulher também a agride, com puxões nos cabelos. Em outra foto, a agressora aparece abraçada ao policial militar Luiz Eduardo dos Santos Salgueiro, que teve o carro, estacionado irregularmente na rua, depredado por Ticyana. A Corregedoria da PM-RJ (Polícia Militar do Rio de Janeiro) abriu inquérito para apurar a conduta dele no caso.
Uma das primeiras imagens mostra Ticyana usando um objeto para quebrar o vidro traseiro do carro. Em entrevista ontem (1º) após prestar depoimento na 20ª DP (Vila Isabel), ela disse que tomou a atitude após tocar a campainha onde acontecia a festa clandestina com som alto e ouvir um palavrão do outro lado da linha. Ela trabalha em três hospitais do Rio, onde atua no combate ao novo coronavírus, e precisava descansar antes de assumir um plantão médico.
Em meio às agressões, ela teve o joelho esquerdo fraturado e sofreu lesões nas duas mãos, pisoteadas por frequentadores da balada.
Moradores do Grajaú se mobilizam para fazer amanhã (3) um ato pelas ruas do bairro em apoio a Ticyana. O caso veio à tona após postagem feita pela vítima com um relato do caso em seu perfil no Facebook, que já teve mais de 71 mil compartilhamentos na rede social.
Sob a condição de anonimato, uma vizinha da médica disse ter visto parte das agressões.
"Achei que fosse briga de marido e mulher. Quando vi pela janela, percebi que era outra situação. Moradores dos prédios batiam panelas e gritavam: 'Solta ela'. Quando o rapaz percebeu que tinha muita gente olhando, a jogou no chão", relata.
Com base nas imagens, a Polícia Civil conseguiu identificar suspeitos das agressões e frequentadores das festas. Os nomes deles estão mantidos sob sigilo. Eles estão sendo chamados para prestar depoimento.
"Estamos apurando o crime de lesão corporal e procurando os autores com base nas imagens", disse o delegado Roberto Ramos, titular da 20ª DP.
A reportagem do UOL não localizou os suspeitos de agredir Ticyana Azambuja.
Copos do "baile do covid" e do meme dos caixões
Fotos em rede sociais mostram copos alusivos à balada clandestina, que faziam referências ao novo coronavírus.
Uma das imagens identifica a festa como "baile do covid-19", com a imagem de uma arma acima. A outra, em celebração ao aniversário de um dos frequentadores, traz a foto do "meme dos caixões".
Moradores do prédio em frente à balada clandestina confirmaram a rotina de festas, que se intensificou durante a pandemia. Mas disseram que não houve balada no domingo (31), após as agressões sofridas pela médica.
"É música alta, com festas de quarta a domingo que seguem pela madrugada. As pessoas circulavam por aqui sem máscaras e jogavam garrafas de bebidas alcoólicas no chão. Era um entra e sai", conta uma mulher, que não se identificou.
"É festa dia e noite. Os moradores sempre chamam a polícia. Mas a polícia só apareceu depois das agressões", disse um homem que também optou pelo anonimato.
Procurada, a PM-RJ se limitou a dizer que atendeu uma denúncia sobre a festa clandestina após as agressões e foi ao local para acabar com o evento.
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