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Novo ciclone deixa um morto no RS, alaga ruas e mais de 400 deixam casas

Lucas Azevedo

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

08/07/2020 09h08Atualizada em 08/07/2020 17h14

Um novo ciclone causou destruição e ao menos uma morte no Rio Grande do Sul entre ontem e hoje. Segundo o Corpo de Bombeiros, Geisson Vitz, 34, morreu no fim da tarde de ontem após a casa onde estava ter sido atingida por um deslizamento de terra em Caxias do Sul, na região da Serra Gaúcha.

O excesso de chuva gerou também alagamentos e deslizamentos de terra. Em Porto Alegre, já choveu 122,4 mm/m³ nos últimos dois dias, mais do que a média histórica para o mês de julho (121,7 mm/m³), de acordo com o Centro Integrado de Comando da prefeitura.

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Segundo os Bombeiros, Geisson estava no bairro Mariani e sua mulher e filho conseguiram escapar, sem ferimentos.

Diferente do que ocorreu há uma semana, quando um ciclone bomba atingiu a região sul causando muito vendaval, este novo ciclone traz excesso de acumulados de chuva. Há alerta para o transbordamento de rios e córregos, especialmente para a metade norte gaúcha.

Mais de 400 fora das casas

Segundo a Defesa Civil estadual, 491 pessoas estão fora de casa em função devido às cheias. Conforme último boletim, divulgado no final da manhã, 310 pessoas estão desabrigadas (em abrigos públicos) e 181 desalojadas (em casa de amigos ou parentes).

A ligação entre os municípios também está prejudicada. Há pelo menos 19 pontos de bloqueios em estradas devido às chuvas das últimas 24 horas. Quedas de barreiras e enchentes obstruem uma rodovia federal e 16 estaduais.

Apesar da diminuição da intensidade das chuvas nesta manhã, os níveis dos rios continuam subindo. Na parte norte gaúcha, chama a atenção o Rio Caí. Em São Sebastião do Caí, as águas chegavam a 13,32 m de altura, sendo que a marca normalmente é de 2,5 m. No município, que já havia sido atingido pelo ciclone bomba da semana passada, 91 pessoas estão fora de casa.

O prefeito da cidade, Clovis Alberto Pires Duarte, explicou que a atenção com os desabrigados é redobrada devido à pandemia do coronavírus. "Estamos acompanhando de perto o atendimento às famílias pela cheia do rio. Todos os esforços estão sendo desprendidos, inclusive com a preocupação com a pandemia. Estamos distribuindo com máscaras e álcool em gel, e fazendo a aferição da temperatura dos alojados no ginásio municipal", explica.

São Sebastião do Caí - Ricardo Marques/Prefeitura São Sebastião do Caí - Ricardo Marques/Prefeitura São Sebastião do Caí
Rua alagada em São Sebastião do Caí (RS) após passagem de ciclone
Imagem: Ricardo Marques/Prefeitura São Sebastião do Caí

Meteorologia prevê chuva ainda hoje

A previsão do tempo indica que a chuva diminuirá nesta tarde e, ao longo da noite e madrugada de quinta, dará lugar ao frio. As precipitações devem retornar ao estado durante o fim de semana.

Porto Alegre, por exemplo, ainda pode apresentar chuvas isoladas nesta noite, mas amanhã o sol pode aparecer entre nuvens, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A temperatura máxima prevista para hoje é de 13°C, enquanto na quinta deve fazer entre 4°C e 14°C.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que constava na legenda da foto, o nome da cidade é São Sebastião do Caí. A informação foi corrigida.

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3 Comentários

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OREL

A seca que enfrentávamos aqui no sul pelo visto tende a acabar. Secas extremas trazem chuvas extremas, independente das condições ambientais "criadas" pelo ser humano. Vejo isto desde que me conheço por gente, lá nos idos de 1970. Hoje os estragos são maiores e mais visíveis, pois não haviam tantas áreas ocupadas. Podia acontecer eventos piores do que esses 2 últimos, mas o número de afetados era menor.

amazon9

Não se trata de "ciclone", mas sim de furacão.


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