Megaoperação tem 189 mandados, bloqueio de R$ 100 mi e sequestro de avião
A Polícia Federal cumpre mandados em 12 estados e no Distrito Federal para desarticular um esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Cerca de 630 agentes fazem parte da operação, chamada de Além-Mar.
Estão sendo cumpridos 139 mandados de busca e apreensão e 50 mandados de prisão (sendo 20 prisões preventivas e 30 temporárias) expedidos pela 4ª Vara Federal de Pernambuco.
Segundo a investigação, quatro organizações criminosas atuavam de forma independente e de forma colaborativa em um esquema de tráfico internacional de drogas que exportava toneladas de cocaína para a Europa via portos brasileiros, especialmente, pelo porto de Natal. O grupo utilizaria helicópteros para transportar as drogas.
A Justiça Federal determinou o bloqueio judicial do valor de R$ 100 milhões e também o sequestro de:
- 7 aviões
- 5 helicópteros
- 42 caminhões
- 35 imóveis, entre urbanos e rurais, ligados aos investigados.
As buscas acontecem em São Paulo, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e no Distrito Federal.
Divisão de tarefas
A organização estava dividida em quatro células e contava com a participação de empresários do setor de transportes em Pernambuco.
A primeira célula do grupo, em São Paulo, fazia a internação de cocaína através da fronteira do Brasil com o Paraguai, transportando a droga por via aérea pelo estado e fazendo a distribuição para organizações criminosas estabelecidas no Brasil e na Europa.
A segunda, estabelecida em Campinas, atuava recebendo a cocaína para distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa.
Outra célula, estabelecida no Recife, contava com a participação de empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados. Essa célula organizava a logística do transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga.
A quarta parte da organização criminosa, estabelecida na região do Brás também na capital paulista, atua como banco paralelo, disponibilizando sua rede de contas bancárias para a movimentação de recursos de terceiros, usando empresas fantasma, de fachada ou em nome de laranjas para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita.
Investigações desde 2018
As investigações sobre o grupo começaram em 2018, a partir de informações difundidas à Polícia Federal pela NAC (National Crime Agency), como resultado de parceria estabelecida para reprimir o tráfico de cocaína destinada à Europa. Durante a fase inicial da investigação, 12 pessoas foram presas e mais de 11 toneladas de cocaína foram apreendidas.
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