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Homem que manteve mulher refém em metrô de SP é esquizofrênico, diz PM-SP

Viaturas da PM próximas à estação de metrô onde mulher foi feita refém em São Paulo - Cleber Souza/UOL
Viaturas da PM próximas à estação de metrô onde mulher foi feita refém em São Paulo Imagem: Cleber Souza/UOL

Cleber Souza

Do UOL, em São Paulo

08/09/2020 19h40Atualizada em 08/09/2020 21h18

Uma mulher foi mantida refém por cerca de 2 horas na parte interna da estação do Metrô Adolfo Pinheiro, da Linha 5-Lilás, no bairro de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista. A vítima, que não foi identificada pela polícia, era uma usuária de passagem pelo local. Sem ferimentos, ela foi levada por uma ambulância à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Santo Amaro.

"A única coisa que a gente sabe é que ele tem um quadro de esquizofrenia e, segundo a família, não havia tomado seus remédios", afirmou o Coronel da PM Rogério Silva. Um parente do homem, cuja identidade não foi informada pela polícia, esteve no local e ajudou com informações.

Durante todo o tempo, o sequestrador a ameaçou com uma faca no pescoço. Segundo pessoas presentes e agentes no local, o homem parecia estar "transtornado".

"Parecia um fanático religioso, falou que culpa era do Edir Macedo, falou da cura da covid-19, falava nome de uma mulher", disse ao UOL Natali Santos, 26 anos, que passava pelo local no momento.

Após longa negociação, a PM-SP (Polícia Militar do Estado de São Paulo) fez uso de bombas de efeito moral e tiros de balas de borracha para liberá-la. De acordo com a PM, os dois não se conheciam ou mantinham qualquer tipo de relação.

Muito hostilizado pela população que aguardava o desfecho do lado de fora da estação, o homem foi levado para a realização de exames de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) e, em seguida, seria encaminhado para a 11ª Delegacia de Polícia de Santo Amaro.

Segundo a PM, atiradores de elite foram colocados de prontidão para agir em caso de resistência. Participaram da ação a equipe do Choque da PM e o GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais).

Passageiros se esconderam nos banheiros

O clima, segundo usuários que passavam no local, era de muita "gritaria e corre corre". Com medo, outros passageiros se esconderam em banheiros.

Segundo o Coronel da PM Rogério Silva, não se sabe se o suspeito chegou a usar o transporte público, mas provavelmente já estava com a faca desde a sua casa.

"Cada detalhe é importante numa situação dessa. Desde integridade da vítima e das pessoas que alí circulam, até a do indivíduo", disse o coronel.

A Avenida Adolfo Pinheiro ficou interditada durante a ocorrência. Os ambulantes que trabalham diariamente nas imediações foram orientados a se afastarem. Com correria e muita curiosidade, uma multidão se formou em frente ao local.

Após o desfecho da ocorrência, os ambulantes começaram a voltar para os seus pontos. Um lado da estação, que já opera normalmente, teve os portões fechados para acesso dos usuários.

"Nunca vi algo parecido. Você fica assustada com um homem, que tem mais força que uma mulher, com um faca no pescoço de outra pessoa. A gente anda com medo agora. Assim como foi com essa moça, poderia ter sido a gente", disse a assistente social, Marília Evangelista, 36, que estava voltando de uma consulta médica na Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro e se deparou com a estação fechada.