Morre Elisaldo Carlini, médico pioneiro no estudo da maconha medicinal
Morreu hoje o médico, professor e pesquisador Dr. Elisaldo Luiz de Araujo Carlini, aos 91 anos. A informação foi divulgada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), local onde Carlini lecionou. De acordo com a instituição, o professor estaria internado, mas a causa da sua morte ainda não foi divulgada.
Carlini foi um dos pioneiros nos estudos da maconha medicinal. Foi um dos maiores especialistas em entorpecentes do Brasil, tendo estudado os efeitos da maconha e de outras drogas em nível experimental durante toda sua vida profissional.
Suas descobertas foram tão importantes que ele chegou a ser 12 mil vezes citado em artigos internacionais e recebeu grandes prêmios, como as duas condecorações entregues no Palácio do Planalto pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Além de pesquisador e professor na FCMSCSP, Carlini também foi presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e membro do Conselho Econômico Social das Nações Unidas (ECOSOC/ONU).
Por toda sua contribuição, está circulando o projeto de lei 399/2019 do Deputado Paulo Teixeira (PT/SP) que permite pesquisa, produção nacional e experimentação de medicamentos com a Cannabis medicinal. Em abaixo-assinados, é pedido que a Lei tenha o nome de Lei Elisaldo Carlini, prestando devida homenagem ao pioneiro nos estudos sobre a Cannabis para controle de epilepsia no Brasil.
Carlini formou-se em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) em 1956, instituição na qual é professor emérito. Foi professor do Departamento de Farmacologia e fundou o Departamento de Psicobiologia da EPM, além de ter fundado e dirigido o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid).
O médico também foi membro do Departamento de Medicina Preventiva da EPM e contribuiu para a formação do Instituto de Ciências Ambientais Químicas e Farmacêuticas, Campus Diadema da Unifesp.
Além disso, Carlini foi orientador de diversos programas de pós-graduação, tendo formado gerações de pesquisadores e cientistas. Até seu falecimento estava atuando como orientador de mestrado e doutorado do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp.
Elisaldo Carlini deixa esposa e a docente da Unifesp Solange Nappo, filhas e netos.
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