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Polícia investiga se água causou intoxicação em série e morte de bebê na BA

Bebê morre e mais 22 pessoas passaram mal após beber água de reservatório - Pedro França/Agência Senado
Bebê morre e mais 22 pessoas passaram mal após beber água de reservatório Imagem: Pedro França/Agência Senado

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

17/09/2020 12h23

A Polícia Civil da Bahia está investigando a suspeita de contaminação na água que resultou na morte de um bebê de um ano e oito meses e na intoxicação de mais 22 pessoas. Os casos ocorreram na semana passada após todos ingerirem água de um reservatório na comunidade de Lagoa do Boi, na zona rural de Araci (219 km de Salvador).

A morte do bebê ocorreu no último dia 9, após apresentar mal-estar com sintomas como diarreia, vômito e dor abdominal. Duas das 22 pessoas que apresentaram mal-estar precisaram hospitalizadas e levadas para Salvador. Segundo informações da TV Globo na Bahia, exames apontaram que elas estavam com rotavírus.

A polícia informou ao UOL que já colheu amostras da água, que estão sendo analisadas pelo Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) e pelo Departamento de Polícia Técnica. Agentes da Vigilância Sanitária Municipal, familiares da criança e moradores da região estão ouvidos pela Delegacia Territorial de Araci. Laudos devem complementar as investigações.

A Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento), responsável pelo fornecimento de água na comunidade, afirma que, desde que houve a suspeita de que a água estaria contaminada, iniciou uma série de medidas visando a segurança da população.

Desde o dia 11 o abastecimento em localidades rurais do município está interrompido por precaução. Na mesma data, a empresa diz que iniciou uma investigação com a coleta de amostras no reservatório e na rede distribuidora local e de análise em laboratório. "(Vamos) verificar se a água está dentro dos padrões de potabilidade determinados pelo Ministério da Saúde e se existem indícios de substâncias contaminantes na água", informou a Embasa.

Ainda segundo a empresa, os resultados obtidos até agora indicam que a água distribuída na localidade "tem cloro residual dentro de padrão recomendado pelo Ministério da Saúde e não tem presença de microrganismos nocivos à saúde ou que coloquem em risco a saúde da população".

Ontem, técnicos da empresa realizaram uma nova coleta de amostras no reservatório para análise de mais parâmetros e chegar a evidências conclusivas sobre a qualidade da água distribuída nessas localidades. Para isso, a Embasa diz que fez coleta de amostras nos açudes que existem próximo à comunidade e que são utilizados como fontes alternativas de abastecimento pela população —já que carros pipas captam água neles e alguns moradores também buscam no local.