Em dia quente, paulistano tenta manter máscara e volta do parque mais cedo

Em um dos dias mais quentes do ano na cidade de São Paulo, usar a máscara no Parque Ibirapuera foi um desafio para algumas pessoas, apesar da obrigatoriedade do uso do equipamento de proteção. A capital registrou hoje, pelo segundo dia seguido, máxima de 37,1ºC --a maior temperatura de 2020 e a segunda maior da história da cidade, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Durante as cerca de duas horas que a reportagem do UOL esteve no parque, foi possível observar muitas pessoas, sozinhas, em duplas ou em grupos, sob a sombra de árvores, sem usar a máscara. Aguns disseram que tiraram o item de proteção para descansar.

Foi o caso da família do funcionário público Alex Simone Wodwotzky. Ele aproveitou as férias para passear no parque com a mãe, a filha e uma sobrinha, e contou que a família usou máscara quando andou de bicicleta, mas optaram por tirá-la quando sentaram na grama.

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"Me sinto tranquilo [sem a máscara] porque estamos isolados aqui", disse. Não havia pessoas por perto de onde eles estavam. "[Usar máscara] já é ruim, no calor é pior", afirmou.

O médico João Luiz vai ao parque uma vez por semana para caminhar. Estava sem máscara quando a reportagem se aproximou, mas a colocou "em respeito". "É desagradável caminhar com máscara", disse. Ele caminhou por cerca de 30 minutos, mas já estava indo embora por conta do calor.

Entre as pessoas que caminhavam, corriam, andavam de bicicleta, triciclo e skate, a maioria estava com máscara, ao contrário de quem estava sentado ou deitado na grama, que, em geral, não usava o item.

Máscara mesmo no calor

Durante a meia hora que ficou no parque junto com o filho Ângelo, de 5 anos, a dona de casa Fabíola Mestriner usou máscara. "Sempre estamos com máscara. Só tiramos para tomar água. É um cuidado com a gente e com as pessoas", afirmou.

Ela costuma ir ao parque de duas a três vezes por semana, e passa entre uma hora e uma hora e meia com o filho, que está aprendendo a andar de bicicleta. Mas hoje decidiu ir embora mais cedo por causa da alta temperatura.

A analista administrativa Lidiane Rocha e o desenvolvedor web Rafael Funchal também optaram por ficar com a máscara, tanto durante o passeio que fizeram com um triciclo alugado, quanto durante o tempo que deitaram na grama pra descansar. "Melhor ficar de máscara; é mais seguro", disse Rafael.

O uso de máscaras é obrigatório em todo o estado de São Paulo. Desde julho, quem não estiver usando o equipamento pode ser multado em R$ 524,59.

Nos dias mais quentes, os cuidados com a máscara têm que ser redobrados. Especialistas recomendam trocar o item de proteção, quando estiver úmido.

Alta temperatura

No centro da cidade, havia mais gente circulando do que no Parque Ibirapuera. Tanto nas ruas quanto dentro do transporte público, a saída foi levar uma garrafa de água a tiracolo —e tomar cuidado na hora de tirar a máscara para se refrescar.

O Inmet registrou os 37,1ºC na estação do Mirante de Santana, na zona norte. É a segunda temperatura mais alta desde que o instituto começou a fazer medições na capital paulista, em 1943.

O recorde em São Paulo foi de 37,8ºC, registrado em 17 de outubro de 2014.

Para amanhã, a previsão é que a temperatura continue alta e a umidade baixa na capital e na maioria das regiões do estado de São Paulo. O Inmet estima que a temperatura máxima pode se aproximar ou até superar o recorde histórico.