Operação contra tráfico de drogas em Viracopos tem 2 mortos e 35 presos
Operação realizada hoje pela PF (Polícia Federal) contra o tráfico internacional de drogas feito a partir do aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas (SP), terminou com dois suspeitos mortos e com 35 suspeitos detidos no Brasil —desses, 24 apenas em São Paulo.
De acordo com a PF, o grupo criminoso, investigado há um ano, cooptava funcionários, indicava com frequência pessoas para trabalhar na logística do aeroporto e mantinha contatos até com policiais para que a engrenagem pudesse funcionar.
Parte da droga que chega ao Brasil de países produtores de cocaína, como Bolívia, Colômbia e Peru, tinha como destino o aeroporto do interior de São Paulo. De lá, seguiam para países consumidores dos continentes europeu, asiático e africano.
As investigações começaram em fevereiro de 2019, com a apreensão de 58 kg de cocaína no Aeroporto de Viracopos que iriam para a Europa. De lá para cá, policiais federais passaram a investigar suspeitos de participarem do esquema.
"Durante a investigação, ocorreram sete eventos de tráfico. Dois deles resultaram em prisões em flagrante, totalizando a prisão de três pessoas. Também houve apreensão no destino final da droga, em Lisboa, Portugal", disse o delegado regional Marcelo Ivo de Carvalho.
De acordo com Carvalho, nessas apreensões ocorridas durante o último ano, houve utilização do caminhão que levava mantas para um avião, de um caminhão que fornecia alimentação e de tratores que eram utilizados para o transporte de paletes.
A PF deixou claro que as companhias aéreas não têm ligação com o esquema. Em uma operação que teve de averiguar bagagens já no avião, por exemplo, 1 tonelada de combustível foi perdida pela companhia Azul, a que mais atua em Viracopos.
De acordo com o delegado chefe da PF em Campinas, Edson Geraldo de Souza, os criminosos atuavam em três núcleos:
- Externo: grupo responsável pela gestão e aliciamento de funcionários, além de contato no exterior para a movimentação da droga;
- Funcionários: O segundo é o de funcionários que trabalham dentro do aeroporto, como operadores de logística, destinadas a colocar bagagens nas aeronaves;
- Europeu: O terceiro é o grupo europeu, que comprava a droga e articulava a retirada da droga na Europa.
"Montaram uma empresa paralela de logística dentro do aeroporto. Estavam fomentando a expansão do tráfico de drogas, além de estarem se capitalizando", afirmou o delegado Souza. Segundo ele, os principais destinos eram França e Portugal.
Dos 26 alvos da operação no estado de São Paulo, 24 foram presos e dois morreram. "Um dos alvos tinha passagem por homicídio e por roubo. O outro não tinha qualquer passagem. As circunstâncias serão apuradas, já instauramos inquéritos e, assim que tivermos conhecimento, serão informados sobre a ocorrência", disse Souza.
Entre os presos, estão um policial militar e um policial civil. "Foram destinados às suas respectivas instituições e a investigação apura o que exatamente eles faziam na operação. Estão sendo indiciados por ligação com organização criminosa", acrescentou o delegado.
A operação foi chamada de Overload, termo inglês empregado para excesso de carga. Portanto é uma alusão à droga ilícita inserida clandestinamente nos aviões.
As investigações contaram com a cooperação entre instituições e órgãos públicos (Secretaria da Receita Federal do Brasil, PRF, Polícia Militar do Estado de São Paulo).
Ouça também o podcast Ficha Criminal, com as histórias dos criminosos que marcaram época no Brasil. Esse e outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas de áudio.
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