Protestos são convocados contra morte de negro espancado no Carrefour
Depois que um homem negro foi espancado e morto por dois seguranças - um deles policial militar temporário - em um supermercado Carrefour em Porto Alegre, muitos internautas começaram a marcar um protesto para hoje, às 18h, no local. Candidata a prefeita da cidade, Manuela D'Ávila (PCdoB) se manifestou sobre o assunto e até convidou o influenciador Felipe Neto para participar do protesto, na loja do bairro Passo D'Areia.
Manuela publicou no Twitter que viu as imagens da agressão assim que saiu do debate na Band. Ela disse que existe um "pedido de investigação sendo feito por parlamentares e pela bancada antirracista recém-eleita". E levantou questões sobre racismo estrutural.
"O racismo que estrutura as relações de nossa sociedade precisa ser enfrentado de frente. As mulheres e homens brancos precisam assumir a sua responsabilidade na luta antirracista. Quantos Betos? Qual pessoa branca você viu ser vítima dessa violência?", questionou Manuela.
Felipe Neto também se manifestou sobre o assunto e disse que tinha a "sensação de não ter o que fazer". Manuela respondeu com o convite: "Manifestação amanhã às 18h no Carrefour".
A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL), que foi candidata a prefeita de Porto Alegre, também chamou atenção para o protesto.
A vítima era participante de uma torcida organizada de futebol do time São José, que também fez convocação para um protesto hoje. "Estaremos no Carrefour Passo D'areia o dia todo, não vai ficar assim, queremos justiça, fizeram covardia com 1 irmão, agora segurem o Bonde da zona norte", divulgou a torcida nas redes sociais.
Além desses protestos em Porto Alegre, tem manifestações marcadas em outras cidades do Brasil. Em Osasco, por exemplo, há um chamado para manifestação a partir das 17h de hoje, na Ponte Metálica.
O caso
Um homem negro de 40 anos, João Alberto Silveira Freitas, morreu após ser agredido por um segurança e por um PM temporário, fora de serviço, no supermercado Carrefour do Passo D'Areia. Os agressores foram presos e são suspeitos de homicídio doloso. Vídeos que mostram o espancamento circulam nas redes sociais desde a noite de ontem.
A vítima teria discutido com a caixa do estabelecimento e foi conduzida pelos seguranças da loja até o estacionamento, no andar inferior.
Durante o percurso, acompanhado por uma funcionária do Carrefour, Freitas teria desferido um soco contra o PM, segundo afirmou a trabalhadora, em depoimento à polícia. "A partir disso começou o tumulto, e os dois agrediram ele na tentativa de contê-lo. Eles (o PM e o segurança) chegaram a subir em cima do corpo dele, colocaram perna no pescoço ou no tórax", disse o delegado plantonista Leandro Bodoia.
A cena vem sendo comparada nas redes sociais ao que aconteceu com George Floyd, que morreu sufocado por policiais nos Estados Unidos. O assassinato de João Alberto chocou também porque aconteceu na véspera do Dia da Consciência Negra.
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