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Porto Alegre tem novo protesto contra o racismo após morte de João Alberto

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

23/11/2020 20h20Atualizada em 23/11/2020 22h20

Uma nova manifestação hoje contra a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, começou pacífica e terminou com grades arrancadas e fogo em galhos e pneus em Porto Alegre. A Brigada Militar usou bombas de gás e dispersou o grupo.

O protesto ocorreu no entorno do Carrefour da avenida Bento Gonçalves, na zona leste da cidade. Beto, como era conhecida a vítima, perdeu a vida em outra unidade do mercado, a pouco mais de sete quilômetros de distância. A morte gerou uma onda de protestos pelo país.

Os manifestantes caminharam pouco mais de duas quadras. Durante o percurso, gritaram por justiça e também fizeram referência à vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em 2018 no Rio de Janeiro. O grupo também pediu o fim da Brigada Militar, responsável pelo policiamento ostensivo no estado.

No caminho, paredes de uma parada de ônibus e o próprio asfalto em frente ao mercado foram pichados. Após duas horas do início da manifestação, um grupo arrancou grades no entorno do Carrefour e colocou fogo em barricadas.

As grades que foram arrancadas ficam em um ponto mais alto do terreno do Carrefour, a pelo menos cinco metros de altura do estacionamento do mercado. Nenhum manifestante ingressou no terreno, apesar de ter uma escada de acesso. Neste momento, a Brigada Militar já estava no interior do mercado.

A partir daí, a polícia começou a soltar bombas de gás para dispersar o grupo. Além de PMs no chão, também foram empregados agentes da cavalaria. Os manifestantes dispersam rapidamente. Para evitar que o grupo retornasse em direção ao mercado, os PMs fizeram uma linha de fora a fora da avenida.

Um helicóptero com feixe de luz sobrevoou a região.

Sem feridos ou presos

No protesto de hoje não houve feridos e prisões. Já na manifestação da última sexta-feira (20) dois policiais militares ficaram feridos - um deles teve uma luxação no pé ao ser atingido no pé por uma pedra e outro teve um machucado no rosto, ambos sem gravidade. Não há informações de feridos entre os manifestantes.

Além disso, dois homens foram presos por furtarem duas motosserras do caminhão do Corpo de Bombeiros que foi vandalizado.