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SP: homem que denunciou PMs é baleado na frente de casa seis meses depois

Do UOL, em São Paulo

07/12/2020 16h15

O homem que denunciou, em junho deste ano, policiais militares por agressões durante abordagem em Barueri, na Grande São Paulo, foi baleado no último sábado (5), na frente de casa.

O homem estava vendendo lanches quando dois atiradores apareceram de moto. Ele contou para o SP1 que um tiro atingiu suas costas enquanto o outro acertou a caixa de isopor do delivery. O homem estava com a mulher e a filha de 7 anos, que não se feriram.

Já a advogada Patrícia Carvalho pediu, também em entrevista à emissora, para que seja investigado se policiais militares estão envolvidos no crime, já que nada foi levado.

"Meus clientes foram vítimas de agressão em 12 de junho e, seis meses depois, um deles é alvejado dentro da sua casa, no local de seu trabalho. A família está aterrorizada. É preciso que seja investigado se tem relação ou não [o possível envolvimento de PMs no crime]", disse a advogada da vítima.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou ao UOL que a Polícia Civil está investigando a tentativa de homicídio e busca por câmeras de segurança e testemunhas que auxiliem na identificação dos autores.

Segundo a secretaria, até o momento, "não há elementos que apontem relação entre as duas ocorrências".

Segundo a SSP, todas as circunstâncias relativas ao caso de junho foram investigadas por meio de inquérito policial instaurado pela Delegacia de Barueri. Já o inquérito policial militar segue em andamento, com acompanhamento da Corregedoria da Corporação. Dois policiais militares envolvidos permanecem afastados do serviço operacional.

A denúncia anterior

O caso em junho foi registrado em vídeo na noite do dia 12 do mesmo mês no bairro do Jardim Belval, em Barueri, na Grande São Paulo. Um vídeo mostrou policiais militares agredindo um homem rendido. Seis PMs bateram também nos vizinhos que tentaram proteger a vítima.

As imagens feitas por uma testemunha mostrou o momento em que as agressões começaram. O homem estava sentado na calçada com o celular na mão quando uma viatura estaciona, policiais descem do carro e um deles rende a vítima com uma gravata no pescoço.

Embora o homem já estivesse algemado e deitado no chão, os oficiais prosseguem com as agressões. Ao notarem o abuso policial, três vizinhos saem de casa para pedir que os PMs interrompessem as agressões.

Em nota, a Ouvidoria da Polícia de São Paulo afirmou na ocasião que "agressões não fazem parte do protocolo de abordagem das polícias paulistas".

Pelo Twitter, o governador João Doria (PSDB) também se manifestou. "Absolutamente condenáveis as atitudes dos policiais militares que abusaram da força, em duas ações policiais, uma na capital e outra em Barueri."