Mulher é intimada por chamar de 'ídolos' assaltantes de banco de Criciúma
A Polícia Civil de Santa Catarina ouviu ontem uma mulher de 30 anos suspeita de apologia ao crime por parabenizar a quadrilha que assaltou um banco em 1º de dezembro em Criciúma. Ela ainda o chamou os suspeitos de "ídolos" — o que para a investigação, é considerada uma infração com pena de detenção de até seis meses.
De acordo com o delegado Ricardo Newton Casagrande, a mulher é de Chapecó e tem um nível superior. A profissão e identificação da suspeita não foram informadas em razão da Lei de Abuso de Autoridade.
"Ela dizia: 'Parabéns aos assaltantes que usaram fuzis e pistolas, mas não machucaram ninguém e ainda deixaram dinheiro para população'. A mulher também os chamou de 'ídolos' na publicação", confirmou o delegado.
O caso chegou às autoridades através de denúncia anônima. Em depoimento ontem na Delegacia Regional de Chapecó, a mulher confirmou a autoria das publicações em seus perfis pessoais, negou que fosse uma brincadeira, mas desconsiderou que estaria fazendo apologia ao crime por usar o direito de liberdade de expressão. Ela apagou as declarações da rede social.
Para a investigação, a mulher ultrapassou qualquer limite de se expressar livremente porque enalteceu um ato criminoso.
"O entendimento da polícia é de que ultrapassou este limite da liberdade, fazendo a apologia ao criminoso. A partir do momento que ela parabeniza os assaltantes por terem roubado e deixado dinheiro a população, estava enaltecendo o criminoso e o próprio crime de uma situação que gerou muita revolta e pavor ao povo de Criciúma", explicou o delegado.
A mulher responderá um termo circunstanciado, que é o procedimento para infrações de menor potencial ofensivo. O caso ainda será remetido à Justiça. A suspeita ainda não apresentou advogado no processo, informou a Polícia Civil.
Assalto em Criciúma
O roubo a uma agência do Banco do Brasil no centro de Criciúma, a 206 km de Florianópolis, aconteceu na madrugada de 1º de dezembro.
Segundo a Polícia Civil, pelo menos 30 pessoas armadas com fuzis teriam entrado na agência — que também era o centro de distribuição do banco — e levado cerca R$ 80 milhões.
Os suspeitos fugiram em 10 carros blindados e em um caminhão, encontrados na manhã do mesmo dia do crime.
Para praticar o crime, a quadrilha usou moradores como escudo humano. Os suspeitos ainda arremessaram malotes de dinheiro pelas ruas ao redor da agência bancária.
Para impedir que a PM chegasse a tempo, uma base sofreu ataque da ação criminosa antes do assalto. Um vigilante e um militar foram atingidos.
Ao todo, a polícia diz ter recuperado com os 12 detidos cerca de R$ 1 milhão roubado no assalto.
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