Médico que fez procedimento em ex-passista no Rio responde por três óbitos
O médico que realizou dois procedimentos estéticos na ex-passista Erika Cristina dos Santos, 41 anos, que faleceu no último sábado (12), tem 34 anotações criminais na polícia por diversos crimes e responde por três óbitos. Entre eles, o de uma criança que faleceu durante uma cirurgia realizada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na zona norte do Rio de Janeiro.
De acordo com o delegado André Luiz, o médico Antônio Santo Marchesan responde ainda a 20 processos administrativos no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro.
"O inquérito começou esses dias, estamos monitorando o caso e esperamos ele [o médico] para prestar esclarecimentos", disse o delegado ao UOL na tarde de hoje.
Ainda segundo a polícia, Marchesan teve o registro médico (CRM) cassado em 2005 e a suspensão confirmada posteriormente, o que o impedia de realizar os atendimentos.
Em nota, o Cremerj confirmou que Marchesan teve seu registro cassado em 2008 e explicou que desde então o médico "não pode exercer a medicina e que qualquer atuação neste sentido é ilegal e deve ser investigada pela polícia".
Erika morreu no último sábado, 15 dias após realizar os procedimentos estéticos — um no abdômen e outro nos seios. A intervenção foi feita na casa dela.
A informação foi confirmada pelo marido da paciente à equipe médica do Hospital Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde ela deu entrada em estado grave. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a paciente chegou na unidade às 14h42 com quadro de choque séptico.
"Às 16h do mesmo dia, a paciente evoluiu com parada cardiorrespiratória, sendo realizadas todas as manobras de ressuscitação pela equipe médica de plantão, sem sucesso. O óbito da paciente Erika Cristina Santos Pereira foi declarado às 16h30, do dia 12", informou a pasta.
De acordo ainda com a secretaria, foi relatado na unidade que a paciente já apresentava mal-estar e antes da internação apresentou falta de ar e queda do nível de consciência.
Mãe diz que filha era vaidosa
A mãe de Erika, a aposentada Scheila Pereira, contou que a filha tinha preocupações em excesso com o corpo. O médico de confiança da família já havia negado à ex-passista a realização de novas intervenções.
"Minha filha era esteticista profissional, tinha um médico particular que sempre cuidou do corpo dela, era um médico de confiança que chegou a dizer para ela que não faria mais nada [intervenção cirúrgica no corpo]. Isso era uma doença, um vício", afirmou a mãe.
Erika deixou dois filhos e fazia planos para voltar a desfilar. De acordo com a mãe, Erika era apaixonada por samba e foi passista da Grande Rio. No hospital, a família foi informada que a paciente desenvolveu um quadro de infecção em decorrência dos procedimentos realizados.
"Eu só fui chamada para socorrer a minha filha. Não sei como minha filha encontrou esse médico que fez isso [o procedimento]", disse.
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