Mulher é presa ao fingir ser mãe de recém-nascido em hospital de MG
Uma mulher de 33 anos foi presa em flagrante quando tentava sair com um recém-nascido de um hospital em Montes Claros (MG), cidade a 470 km de Belo Horizonte. Ela dizia ser a mãe da criança, mas foi descoberta pela equipe de enfermagem do hospital. Os profissionais perceberam que não se tratava da mesma pessoa que deu entrada na unidade para fazer a cesariana.
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, o recém-nascido teve de ficar hospitalizado após o parto, mas na hora de buscar o bebê, outra mulher apareceu, dizendo ser a mãe da criança.
O crime foi descoberto quando a médica, que já estava desconfiada da falsa identidade da mulher, pediu para examiná-la e constatou que não havia nenhuma cicatriz proveniente de uma cesariana.
A Polícia Militar foi chamada e a suspeita confessou que não era a mãe do recém-nascido, mas havia combinado com o marido e a amante dele — mãe biológica da criança — que ficaria com o bebê.
Segundo os militares, a mulher revelou que a mãe do bebê teria dado entrada no hospital usando os documentos dela porque não tinha intenção de registrar a criança. Disse ainda que sofria de esquizofrenia, não pode ter filhos e, por isso, os três planejaram a ação.
O casal teria custeado a ida da mãe do recém-nascido de Manaus para Montes Claros e combinado o retorno dela após dar à luz.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Ao UOL, o delegado Jurandir Rodrigues disse não se tratar de um crime corriqueiro.
"A prática de adoção ilegal é muito comum, mas este é um crime inusitado pelo fato de abranger também outras condutas criminosas como, por exemplo, a falsidade ideológica", explica o delegado.
Rodrigues disse ainda que a mulher foi levada para o presídio de Itacambira, cidade a 95 km de Montes Claros, e poderá responder por parto suposto, de acordo com o artigo 242 da Lei 2848/40. A pena prevista é de 2 a 6 anos de reclusão.
A Polícia Civil tem 10 dias para concluir o inquérito e pretende ouvir ainda o marido da suspeita, a mãe biológica do recém-nascido, além da equipe hospitalar que atendeu as envolvidas. O bebê está sob os cuidados do Conselho Tutelar.
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