SP: avó de menina assassinada relata brigas com padrasto e ameaça de morte
A avó de Maria Clara Calixto, encontrada morta hoje de manhã em Hortolândia (SP), disse que a mãe da garota, Franciéle Nascimento, 25 anos, foi ameaçada na noite de anteontem pelo padrasto, Cássio Martins Camilo, 27, horas antes do desaparecimento da menina.
Zuleide Viana, 52, contou que o casal estava junto há pouco mais de um ano. As brigas eram "constantes", mas sem relatos de agressão física.
"Na quarta-feira, ele brigou com a minha filha de novo. Ela disse: 'Não quero mais nada com você, cuida da sua vida'. Ele pegou a aliança e jogou fora", contou.
A cozinheira foi até o local e tentou conversar com Camilo, quando foi ameaçada. Segundo Zuleide, o motivo da briga seria o vício em drogas.
"Falei para ele que, se não desse certo, era para eles irem cada um para seu lado. Ele olhou pra mim e disse: 'Pode ficar tranquila. O que eu vou fazer: vou acabar com a sua vida e da sua filha'. Na minha cabeça, eu achei que ele fosse matar minha filha", lembrou a avó de Maria Clara.
A convivência com a menina de 5 anos, porém, seria amistosa. Zuleide disse que Camilo nunca a agrediu, e que ela gostava dele.
Polícia confirma uso de drogas
Segundo o delegado João Jorge, do 1º Distrito Policial de Hortolândia, o homem de 27 anos é usuário de crack. Ele já foi preso por estupro de uma outra enteada em Monte Mor (SP), cidade vizinha a Hortolândia, em 2018.
"Estamos verificando a forma como ele levou a criança. Os peritos do Instituto de Criminalística estiveram no local e na casa da família", afirmou, em entrevista coletiva.
A Polícia Civil afirma que, ainda pela madrugada, ele fugiu para Monte Mor, onde vivem parentes dele, e teria pedido um carro por aplicativo para seguir a Campinas (SP), quando foi preso por uma equipe da Polícia Civil.
"Para padrasto, a vida não tem valor"
O delegado que investiga a morte da menina contou que o padrasto estava em surto psicótico. A declaração foi dada durante entrevista coletiva nesta tarde; João Jorge explicou que perguntou ao homem porque ele havia matado a garota, mas que a resposta foi desconexa.
"Não dá para entender o que uma pessoa em psicose faz. Ele é descompensado, desqualificado, para qual a vida não tem valor", disse. O delegado acredita que Cássio confessou o crime com medo da reação de vizinhos e amigos, mas não demonstrou arrependimento.
"Acredito que ele viu que cometeu um crime hediondo, e quis se proteger para não ser morto na rua. Por isso, quando prendemos ele em Campinas, o homem já contou que havia matado a garota", afirmou.
Menina foi encontrada morta a 100 m de casa
Hoje de manhã, um homem que também ajudava nas buscas viu uma caixa de papelão com algo embrulhado em um saco plástico, em um terreno a 100 metros de distância da casa onde a família morava, na Vila Real, periferia de Hortolândia.
Ele chamou a Polícia Militar e a Guarda Municipal de Hortolândia. A mãe e o pai biológico também foram ao local. Quando viu o corpo de Maria Clara, Franciéle entrou em desespero.
Maria Clara foi morta asfixiada. Na delegacia, Cássio confessou que abusou sexualmente da garota, mas não disse se foi antes da morte. Um laudo da perícia foi pedido para confirmar essa informação.
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