Sérgio Camargo diz que termo 'afro-brasileiro' é criação da esquerda
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, negou ser "afro-brasileiro" e disse que nenhum cidadão preto nascido no Brasil é. Segundo ele, a criação do termo foi da "esquerda escravocrata" e que o prefixo "afro" seria o motivo de fomentar o rancor e dividir o país.
A declaração foi escrita nas redes sociais, na madrugada de hoje. A organização que tem Sérgio como presidente é responsável pela promoção nacional da afro-brasilidade.
Negação do racismo estrutural
No Dia da Consciência Negra de 2020, Sérgio Camargo também negou que exista racismo estrutural no Brasil. Em outra ocasião, o presidente da Fundação Palmares fez críticas ao movimento negro, alegando que deveria ser prioridade a leitura de Monteiro Lobato ao invés de ouvir artistas como Emicida e Mano Brown.
O clássico infantil brasileiro "O Sítio do Pica-pau Amarelo", de Monteiro Lobato, tem trechos de conotação racista, que passaram a ser contestados. Ao longo da obra, a personagem Tia Nastácia aparece nas obras como "negra beiçuda" e outros termos pejorativos são usados para inferiorizá-la em função da sua cor.
Ao reconhecer o racismo nas obras de Lobato, a bisneta do escritor, Cleo Monteiro Lobato, suprimiu os termos racistas em reedições do livro.
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