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Sérgio Camargo diz que termo 'afro-brasileiro' é criação da esquerda

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, negou em outras ocasiões que exista racismo estrutural no Brasil - Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, negou em outras ocasiões que exista racismo estrutural no Brasil Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

06/01/2021 10h01Atualizada em 06/01/2021 13h57

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, negou ser "afro-brasileiro" e disse que nenhum cidadão preto nascido no Brasil é. Segundo ele, a criação do termo foi da "esquerda escravocrata" e que o prefixo "afro" seria o motivo de fomentar o rancor e dividir o país.

A declaração foi escrita nas redes sociais, na madrugada de hoje. A organização que tem Sérgio como presidente é responsável pela promoção nacional da afro-brasilidade.

Negação do racismo estrutural

No Dia da Consciência Negra de 2020, Sérgio Camargo também negou que exista racismo estrutural no Brasil. Em outra ocasião, o presidente da Fundação Palmares fez críticas ao movimento negro, alegando que deveria ser prioridade a leitura de Monteiro Lobato ao invés de ouvir artistas como Emicida e Mano Brown.

O clássico infantil brasileiro "O Sítio do Pica-pau Amarelo", de Monteiro Lobato, tem trechos de conotação racista, que passaram a ser contestados. Ao longo da obra, a personagem Tia Nastácia aparece nas obras como "negra beiçuda" e outros termos pejorativos são usados para inferiorizá-la em função da sua cor.

Ao reconhecer o racismo nas obras de Lobato, a bisneta do escritor, Cleo Monteiro Lobato, suprimiu os termos racistas em reedições do livro.