Universidade de PE afasta professora após queixa de alunos por racismo
A Unicap (Universidade Católica de Pernambuco) afastou uma professora de suas turmas de Direito em resposta a uma denúncia de racismo. A instituição confirmou que a decisão seguirá até que a sindicância instaurada para apurar as acusações contra a docente seja concluída. Quase três meses se passaram após os relatos e a sindicância continua sem uma previsão de desfecho.
Estudante que presenciou os supostos comentários racistas, Beatriz Regina contou que a professora foi afastada no mês seguinte após a repercussão do caso.
"A professora não está mais lecionando. Foi substituída. Não sei se permanentemente ou não", disse.
Outro discente ressaltou que, até o momento, nenhuma satisfação foi dada às turmas sobre a investigação.
"A universidade não deu explicações a gente, mas no outro mês a professora já não deu aulas para nós", contou Carllos Vieira.
Questionada sobre a continuidade das apurações, a assessoria de Imprensa da universidade informou que "a professora foi afastada das turmas que estava lecionando no semestre anterior, mas não da Unicap".
A instituição reiterou que foi instaurada uma comissão de sindicância para apurar os fatos, que ainda não concluiu os trabalhos.
Sobre a previsão para o encerramento da investigação e sobre quais as possíveis punições para a docente, a instituição ainda não se pronunciou.
O UOL entrou em contato com a professora de psicologia Regineide Simões, mas a docente novamente não quis comentar a denúncia e nem a decisão da universidade.
Entenda o caso
No último dia 23 de outubro, estudantes do terceiro período do curso de direito da Unicap foram surpreendidos por comentários considerados racistas por parte da professora Regineide Simões durante uma aula.
Na ocasião, a docente teria feito comparações que classificaram o racismo como picuinha e vitimização de parte da população negra.
As comparações geraram revolta entre os presentes, o que deu início a uma discussão acalorada. Os alunos rebateram os posicionamentos, mas sem sucesso. A professora teria dito, inclusive, que a população negra teria inveja dos brancos.
O caso culminou em uma queixa formal dos estudantes à universidade, que garantiu repúdio a todo e qualquer ato que viole direitos e atente contra a dignidade da pessoa humana, informando que abriria uma investigação.
A denúncia também repercutiu nas redes sociais, onde alunos e ex-alunos relataram que posicionamentos semelhantes da professora eram comumente proferidos em aulas de vários cursos.
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