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Oficina é fechada por reformar próteses dentárias roubadas de cemitérios

Polícia fechou o laboratório que revendia próteses dentárias de cemitérios como novas no Rio e prendeu duas pessoas - Divulgação/Polícia Civil
Polícia fechou o laboratório que revendia próteses dentárias de cemitérios como novas no Rio e prendeu duas pessoas Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

02/02/2021 09h39

A Polícia Civil do Rio interditou ontem um laboratório protético irregular em Ricardo de Albuquerque, na zona norte do Rio, que adquiria itens de cemitérios clandestinos para confecção de próteses dentárias. O material passava por um tratamento e era revendido para clínicas odontológicas como se fossem novos. Duas pessoas foram presas

As peças são conhecidas como roach - um tipo de prótese dentária removível. O material, comprado por 50% do valor normal, era submetido a um processo químico para que aparentasse ser novo e posteriormente era revendido às clínicas.

A Decon (Delegacia do Consumidor) informou que dois cemitérios que participavam do esquema foram identificados: um em São Gonçalo, na região metropolitana, e outro na Baixada Fluminense. O delegado, André Neves, disse ao UOL que há suspeita de envolvimento de coveiros no esquema.

"Esse material era vendido clandestinamente. Há suspeita de coveiros envolvidos - pessoas responsáveis pela venda desse material para reciclagem nesse laboratório. Duas pessoas foram presas no laboratório. Eles alegaram que compravam de um revendedor e não de fábrica e que não sabiam que o material era adquirido dessa forma", alegou a dupla em depoimento à polícia.

Os dois presos vão responder por crimes contra o consumidor e contra a saúde pública. A pena pode chegar a seis anos de prisão. De acordo com as investigações, eles atuavam no segmento há três anos.

"Agora vamos identificar as clínicas odontológicas que adquiriram as peças. Ao que tudo indica, elas foram lesadas e não sabiam da procedência do material", explicou o delegado.