Sangue de roupa de suspeito não é das crianças de Belford Roxo, diz polícia
A Polícia Civil do Rio concluiu que o sangue encontrado nas roupas de um vizinho das crianças desaparecidas em dezembro do ano passado, em Belford Roxo, não pertence aos três meninos. Segundo o delegado Uriel Alcantara, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, responsável pelas investigações, o sangue é de outra pessoa.
"O sangue na roupa é da companheira do torturado [do vizinho]. Não é das crianças", disse o delegado ao UOL.
Mais de um mês após o sumiço, a polícia ainda não tem informações sobre o paradeiro de Lucas Matheus, Alexandre da Silva e Fernando Henrique, que têm entre 8 e 10 anos. Eles sumiram em 27 de dezembro, após saírem de casa para brincar em um campo de futebol próximo - local que iam frequentemente.
As roupas encontradas na casa do vizinho das crianças foram entregues à polícia por familiares. O material passou por exame de DNA que descartou a hipótese de envolvimento dele no caso.
O vizinho, que não terá o nome divulgado, chegou a ser torturado pelo tráfico de drogas da região do Castelar, bairro onde as famílias dos meninos moram. Ele foi levado para a delegacia na madrugada do último dia 12, apontado por envolvimento no caso, mas na ocasião, a polícia já havia informado que não existiam provas contra ele. O homem acabou ficando preso por outro motivo: armazenamento de material pornográfico infantil no celular.
Na ocasião, moradores da região insistiram no envolvimento dele no desaparecimento e fizeram um protesto na porta da DHBF. Houve tumulto. A rua foi interditada e um ônibus foi incendiado. A Polícia Civil passou a investigar a relação do tráfico com o caso. Segundo a polícia, na manifestação foram identificadas pessoas com envolvimento no tráfico de drogas da região.
No último dia 15, a DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense) realizou uma operação no Castelar em busca de pistas sobre o paradeiro das crianças. A operação contou com o auxílio de cães farejadores e de homens do Corpo de Bombeiros. Durante a incursão na comunidade, houve confronto com criminosos. Três pessoas foram encontradas feridas e armas e drogas foram apreendidas.
Mais de 40 câmeras de segurança foram analisadas durante as investigações e nenhuma havia flagrado o trajeto dos meninos.
Ainda foram feitas diligências em cidades vizinhas à Belford Roxo, na capital e também na região de mata por onde os meninos poderiam ter saído.
"As investigações seguem em andamento pela DHBF para determinar o paradeiro dos meninos", informou a Polícia Civil através de nota hoje.
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