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Pirâmide de São Tomé das Letras é colocada à venda; moradores se revoltam

Visitantes tiram fotos na pirâmide de São Thomé das Letras - MG - Reprodução/Instagram
Visitantes tiram fotos na pirâmide de São Thomé das Letras - MG Imagem: Reprodução/Instagram

Anahi Martinho

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/02/2021 19h33

Um dos principais pontos turísticos de São Tomé das Letras, em Minas Gerais, a famosa pirâmide do parque Antônio Rosa foi colocada à venda por uma imobiliária. A notícia causou revolta entre os moradores da cidade e houve até um protesto ontem no local.

Um dos pontos mais visitados de São Tomé, a pirâmide fica em um terreno particular de 5.400 metros quadrados, colocado à venda nesta semana por R$ 1,2 milhão.

Tanto a construção quanto o parque são tombados como Patrimônio Paisagístico da cidade, o que restringe projetos de exploração. O parque Antônio Rosa é de propriedade do município e tem 111 hectares.

O prefeito da cidade, Tomé Reis Alvarenga, afirmou por meio de uma publicação em redes sociais que há interesse do município em adquirir a pirâmide. Segundo ele, a prefeitura vem tentando chegar a um acordo na compra do imóvel, ainda sem sucesso.

"Apesar de ser tombada como patrimônio paisagístico, é um imóvel particular. O dono tem escritura. A aquisição deverá ser feita da forma legal, mediante justa indenização e conforme prescrito em lei", disse o prefeito.

Alvarenga afirmou ter uma reunião agendada com os proprietários do imóvel e com a imobiliária, que fica na cidade vizinha de Três Corações.

Um morador, que não quis se identificar, acredita que o ato de colocar a pirâmide à venda foi uma forma que os proprietários encontraram de pressionar a prefeitura por um acordo melhor e mais rápido.

"Como você vai colocar um negócio daquele à venda? A gente cresceu brincando ali. A prefeitura tinha que pegar aquilo e tomar conta, mesmo que por um valor simbólico", afirmou o morador ao UOL.

A pirâmide começou a ser construída em 1978 e ficou pronta na década de 1980. Atualmente é livre para visitação e um dos pontos turísticos mais queridos pelos moradores da cidade mineira.

Projetos particulares de exploração teriam que ser submetidos ao Conselho Municipal do Patrimônio Cultural e Artístico do município, caso alguém queira comprar a pirâmide.

"Não acho que alguém irá comprar. Teria que ser alguém muito corajoso, com um projeto muito bom", afirmou o morador. Atualmente, existem duas leis orgânicas no município que protegem os pontos turísticos.

Os proprietários da pirâmide foram contatados pela reportagem, mas não quiseram dar declarações, seguindo orientações jurídicas. "Não vamos falar nada sobre isso no momento", afirmou a proprietária, em contato com o UOL.