Guarda Civil de Catanduva usa drone, flagra festa e não intervém
Cerca de 200 pessoas foram flagradas pela Guarda Civil Municipal (GCM) de Catanduva, interior de São Paulo, numa festa na madrugada de ontem (5) para hoje (6).
O evento aconteceu no Residencial Pachá, que fica fora do perímetro urbano, e não estava autorizado pela prefeitura por conta do decreto de quarentena. A equipe da GCM recebeu a denúncia e foi até o local para comprovar as irregularidades.
A fim de captar provas do desrespeito à quarentena, os guardas utilizaram um drone para registrar imagens. Foi comprovada a presença de centenas de pessoas aglomeradas, consumindo bebidas alcoólicas e não seguindo as restrições. Os envolvidos na festa não utilizavam máscara de proteção contra a covid-19.
Catanduva está na fase laranja do Plano SP, segundo nova divulgação feita pelo Governo ontem. A cidade pertence à região de São José do Rio Preto e conta com 5.644 casos do coronavírus, com 201 mortes. Hoje, segundo atualização do Ministério da Saúde, o município de pouco mais de 122 mil habitantes tem uma média móvel de 26,6 casos, um aumento de 35% em relação às duas semanas anteriores.
Festa continuou após flagra
Apesar do flagra, a equipe da GCM optou por não interromper a festa para evitar briga que pudesse acabar em confusão generalizada. "Não paramos a festa por estratégia para evitar confusão naquela aglomeração", explica o comandante da corporação, Cláudio Manoel da Costa Franco Pereira, em entrevista ao UOL.
A Guarda Municipal fez um boletim de ocorrência. Tanto a Vigilância Sanitária quanto o Ministério Público vão receber as imagens e os vídeos para tomarem as medidas necessárias contra o caso. Mas apenas o dono da chácara é quem deverá responder o processo, segundo o comandante.
"As pessoas que estavam lá não deverão responder, pelo menos não através da Guarda Civil porque o decreto determina que festas, comércios em geral, a responsabilidade é do organizador ou dono", relata.
Ele explica que a responsabilidade será do dono do imóvel, sem, no entanto, revelar a identidade. "Quem assume o risco de contaminação por causa do evento é o dono da chácara, com RG e CPF. Vamos indicá-lo para responder criminalmente pelo evento", garante.
Ele conta ainda que, caso a chácara tenha sido alugada, tanto o proprietário quanto o organizador do evento deverão responder. "Caso a chácara tenha sido alugada, ele vai ter contrato para indicar o organizador", revela o comandante.
Cláudio explica que há o monitoramento constante para flagrar e responsabilizar quem organiza festas e realiza aglomerações na cidade. "Normalmente chácaras aqui são utilizadas para festas irregulares, quem quer fazer um evento pequeno para família aluga uma edícula ou uma pequena pousada e essa chácara a gente já vinha monitorando há algumas semanas sem movimento nenhum, ontem foi diferente", conta.
Não por acaso, sua equipe já recebeu a informação que mais um evento deve acontecer entre hoje e amanhã (7) no mesmo lugar. Ele garante que a GCM está pronta para capturar novas imagens e entregar todas as provas as autoridades locais.
"Eu já recebi a denúncia de que hoje vai ter outra festa lá e a gente pretende voltar nessa madrugada para acompanhar, se houver, vamos fazer novas imagens", afirma Cláudio Manoel.
A Prefeitura de Catanduva, por meio de suas redes sociais, chegou a divulgar a ação da GCM e causou burburinho entre os moradores da cidade que, em sua grande maioria, apoiou a decisão da Guarda Civil.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.