Veleiro deu volta ao mundo com casal anos antes de ser pego com cocaína
Antes de ser interceptado com o que se estima ser 2,2 toneladas de cocaína, o veleiro apreendido por autoridades em Recife deu a volta ao mundo. O Guruçá Cat foi construído por um casal de velejadores brasileiros, que foi às redes sociais falar sobre o caso, afirmando que ele foi vendido e que não conheciam os atuais donos.
"Acabamos de saber que o Guruçá Cat, veleiro catamarã que construímos com muito esmero e que nos proporcionou uma volta ao mundo velejando confortavelmente, foi apreendido na costa de Recife lotado de cocaína e com cinco tripulantes a bordo", postaram Guta Favarato e Fausto Pignaton no Instagram.
"Gostaríamos de deixar claro que vendemos o Guruçá Cat há quase um ano e não sabemos quem eram seus donos. Levamos uma vida honesta e honrada. Um triste episódio para um veleiro querido por tantos brasileiros que acompanharam sua construção e aventuras", acrescentaram.
Eles pediram "que as autoridades o leiloem o quanto antes para que os novos donos o tratem como ele merece".
O casal passou quase quatro anos viajando por mais de 30 países para dar a volta no globo. Ao jornal Gazeta, do Espírito Santo, Guta explicou em 2016 que "o Guruçá foi projetado pelo Fausto, já foi pensado para não faltar nada. É grande, tem internet e é autossuficiente".
Foi a terceira embarcação feita por Fausto. À época, o casal já havia anunciado a venda e o início da construção de mais um veleiro.
O que se sabe
O veleiro interceptado pela Polícia Federal, em parceria com a Marinha do Brasil, transportava 1,5 tonelada de cocaína. Durante a ação, cinco suspeitos foram presos por tráfico internacional de drogas. A embarcação atracou hoje, por volta das 7h, no porto do Recife.
Ao atracar, os cinco suspeitos, todos brasileiros, foram conduzidos à sede da PF em Pernambuco, onde prestam depoimento e ficarão à espera de audiência de custódia.
A embarcação foi encontrada a 270 quilômetros da costa do Recife, águas ainda brasileiras, na noite do último domingo (14). Segundo a Marinha do Brasil, ela tinha a Europa como destino.
O trabalho que culminou na apreensão reuniu Marinha e PF e teve a colaboração do Centro de Análise e Operações Marítimas - Narcótico (MAOC-N), sediado em Lisboa (Portugal), o departamento antidrogas dos EUA e a Agência Nacional Anticrimes, do Reino Unido.
Segundo a Marinha, a cooperação foi determinante para a identificação e interceptação do veleiro catamarã, que foi alcançado por um navio patrulha oceânico. Policiais federais subiram a bordo da nau, apreenderam 70 pacotes do entorpecente e realizaram a prisão.
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