Grupo de turistas é agredido por empresário em hotel de luxo na Bahia
Quatro turistas que passam férias no litoral norte da Bahia registraram um Boletim de Ocorrência em que acusam um empresário de agredi-los a socos dentro do hotel Vila Galé Marés, um resort de luxo localizado na praia de Guarajuba, município de Camaçari (a 50 km de Salvador). O caso ocorreu na tarde de ontem, por volta das 16h30, após uma discussão na piscina do local.
Segundo o registro policial, ao qual o UOL teve acesso, o bancário Bruno Braga Figlioli, 31, o médico Renato Hideki Inque Akiyama, 32, o corretor de imóveis Augusto Amorim, 29, e a psicóloga Valentina Baldino Cibils, 30, foram atacados por Leonardo Bruno de Oliveira Freitas, 29, após uma reclamação sobre o filho dele.
O empresário reside no Distrito Federal e estava na companhia de outros familiares.
Na versão do grupo, o garoto, uma criança de 4 anos, estaria jogando água na direção de Augusto e Valentina. O casal manifestou incômodo. Uma mulher, que seria avó do menino, não teria gostado da queixa e chamou o pai da criança, que, por sua vez, teria partido para a violência física.
"O menino jogou água na gente algumas vezes, dizendo que estávamos incomodando, e nós só queríamos mais espaço, já que estava muito apertado. Mas a avó deturpou a história e começou a gritar que a gente não gostava de criança. A filha ou nora dela começou a dizer palavras de ódio e incitando 'bate na cara dele', 'bate na cara dele'. Foi aí que o pai da criança avançou em nós quatro", declarou Bruno em entrevista ao UOL.
O bancário diz que tanto ele, quanto Renato, que é seu marido, e o casal Valentina e Augusto foram agredidos por Leonardo, descrito como "visivelmente embriagado". Renato precisou levar dois pontos abaixo da pálpebra esquerda. Atingido no olho, Bruno conta que tentava apartar a briga junto com o companheiro.
De acordo com o grupo, além de não haver segurança no entorno da piscina no momento da confusão, funcionários do hotel nada fizeram para conter o agressor. Eles também disseram que houve demora para auxiliá-los.
"O hotel prestou uma assistência precária, não chamou logo a polícia, não providenciou atendimento médico. Quando a polícia veio, estávamos numa UPA [Unidade de Pronto Atendimento]", afirma Bruno.
Ele diz que todos só retornaram ao hotel por volta das 3h da madrugada, uma vez que precisaram ir ao IML (Instituto Médico Legal) de Salvador para realizar exames de corpo de delito.
O UOL não conseguiu localizar Leonardo.
Na versão que apresentou em depoimento, o empresário defendeu-se, afirmando que a briga generalizada começou porque o grupo agrediu a sua cunhada.
Todos os envolvidos assinaram um TCO (Termo Circunstanciado) por lesão corporal. Bruno e Renato, contudo, pretendem processar o empresário nas esferas civil e penal.
Vila Galé diz repudiar violência
Por meio de sua assessoria, a administração do hotel Vila Galé Marés confirmou o incidente envolvendo um grupo de hóspedes e afirmou repudiar atos de violência.
"Informamos que os procedimentos cabíveis foram tomados imediatamente e que toda assistência está sendo prestada juntos aos envolvidos. A Vila Galé não compactua com atos de violência e repudia qualquer manifestação desta natureza. Informamos ainda que o hotel está colaborando com a investigação em curso", diz a nota enviada ao UOL.
"Estamos atordoados"
Bruno e Renato contam que chegaram à Bahia na quinta-feira (25), mas, por causa do episódio de violência, poderão antecipar a volta para São Paulo. Ele conta que passou a noite em claro devido a uma crise de pânico. "Está todo mundo à flor da pele, mas não é justificável o que aconteceu. Estamos atordoados", lamentou.
"A ideia era ficarmos até quarta-feira. Agora, vamos decidir se vamos para outro destino."
Valentina e Augusto, por sua vez, decidiram retornar nesta segunda-feira (1º) a Florianópolis (SC), onde vivem. Os dois casais se conheceram durante os dias de hospedagem.
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