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PM atira em carro de entregador antifascista por mostrar o dedo do meio

Capítulo 4 A rua é nóis: Paulo Lima, o Galo, criador do grupo Entregadores Antifascistas, luta pelos direitos do entregadores de comida, que desempenham função essencial na pandemia - Felipe Larozza/UOL
Capítulo 4 A rua é nóis: Paulo Lima, o Galo, criador do grupo Entregadores Antifascistas, luta pelos direitos do entregadores de comida, que desempenham função essencial na pandemia Imagem: Felipe Larozza/UOL

Arthur Stabile e Luís Adorno

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

28/03/2021 18h16

Policiais militares atiraram no veículo em que estava o trabalhador de aplicativo Paulo Roberto da Silva Lima, mais conhecido como Galo, neste domingo, em São Paulo. Galo é um dos líderes do movimento dos entregadores antifascismo.

A versão oficial, segundo boletim de ocorrência registrado no 78º DP (Jardins), é a de que o homem estava dentro de seu carro e mostrou o "dedo do meio e os xingou". Por conta disso, os policiais decidiram abordá-lo.

Paulo Roberto, segundo os PMs, teria se recusado a parar o carro, o que deu início a uma perseguição "por quilômetros, necessitando de apoio de outras viaturas".

Galo bateu o carro na fachada do prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na avenida Paulista. Ali, foi detido e levado à delegacia.

Durante a perseguição, os policiais teriam atirado nos pneus do veículo para impedir a fuga do homem.

Ao site Alma Preta, Galo disse que não parou porque estava na periferia. "Se os caras [PMs] tivessem me abordado lá, a história teria sido diferente", disse ao site. "Talvez nem aqui eu estaria para trocar essa ideia. Aqui [no centro] eles têm outra postura", afirma o entregador.

O documento da Polícia Civil paulista sustenta que, no DP, Paulo Roberto disse estar "arrependido por ter ofendido os policiais militares e que não teve a intenção de danificar a grade de proteção da Fiesp".

Cerca de três horas depois da detenção, Galo usou as redes sociais para tranquilizar seus seguidores:

O entregador assinou um termo circunstanciado e foi liberado pelo delegado Ailton de Camargo Braga, que solicitou perícia do veículo que ele dirigia.