Mulher morre de covid seis dias após parto do quinto filho no Paraná
Uma mãe morreu por complicações da covid-19 sem nem mesmo segurar a filha, a quem deu à luz em 22 de março.
A manicure Juliana de Oliveira Sant'Ana, de 31 anos, teve que manter a distância de Ana Júlia para evitar o risco de contágio, mas seis dias depois faleceu por conta do vírus em um hospital de Santo Antônio da Platina, a 370 km de Curitiba. Além da recém-nascida, ela tinha outros quatro filhos.
O marido de Juliana, o organizador de eventos Guilherme Morim, de 28 anos, contou ao UOL que a mulher só pôde ver a filha por poucos minutos após o parto, acompanhando a evolução da bebê por fotografias feitas ao longo da semana pelas enfermeiras do Hospital Regional do Norte Pioneiro.
O casal estava junto há seis anos e este seria o primeiro filho dos dois - as outras crianças, de nove, 11, 13 e 14 anos, são de um relacionamento anterior de Juliana.
"Ela era uma pessoa especial, maravilhosa, sempre foi uma ótima mãe. Era divertida, cuidadosa. Não tem nem o que falar dela, sempre foi companheira, ajudava as crianças que tinham muito orgulho dela", observa Morim.
Antes de ser internada no hospital regional, Juliana procurou atendimento no Pronto Socorro da cidade por três dias seguidos: de 19 a 21 de março. "Ela era medicada e liberada. E ficava em casa tomando os medicamentos. Mas chegou uma hora que ela não aguentou mais, começou a sentir as contrações e eu a levei no Hospital Regional."
Até então, a manicure não sabia que estava com covid-19, o que foi descoberto quando deu entrada no hospital, em 22 de março. "A equipe do hospital me ligou e avisou que havia dado positivo para o coronavírus. Ali eu já fiquei bastante preocupado com o risco do que poderia acontecer com ela e com a menina", conta o marido, que descobriu ter contraído a doença dois dias antes.
A menina nasceu com 2,5 kg, prematura. Na manhã do último domingo, Juliana precisou ser intubada, mas horas depois teve uma parada cardíaca e acabou não resistindo.
Agora, o pai se desdobra em cuidar da recém-nascida e das outras crianças, de quem Morim pretende manter a guarda. "Eu sou pai de criação e até a Juliana perguntava para as crianças se queriam ficar comigo. E todas queriam".
O pai já recebeu doações de roupas, alimentos e produtos de limpeza. E o bebê está se alimentando com uma mistura feita a partir de leite em pó.
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