BH: Falsa enfermeira teria vacinado moradores de condomínio de luxo, diz TV
A cuidadora de idosos que se passava por enfermeira, Cláudia Mônica Pinheiro Torres, pode ter feito outros esquemas de imunização clandestina. Diligências feitas pela Polícia Federal encontraram na casa dela ampolas de soro fisiológico. A suspeita é que era essa substância que vinha sendo aplicado nas pessoas que contratavam seus serviços, ao invés da vacina contra a covid-19.
A suspeita da PF, segundo dados que a TV Globo teve acesso, é que, além de empresários, Cláudia tenha vacinado moradores de um condomínio de luxo, localizado no bairro de Gutierrez, em Belo Horizonte.
Segundo os documentos, a imunização clandestina ocorreu em três ocasiões no mês de março.
Um vídeo divulgado pela Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, mostra Cláudia vestindo jaleco branco e carregando duas sacolas com frascos de imunizantes. A TV Globo também teve acesso às imagens.
A movimentação foi registrada no dia 17 de março e há registros de Cláudia no condomínio nos dias 5 e 22 do mesmo mês.
Vacinação por R$ 600 e indicação de Cláudia por empresários
Ao menos três apartamentos teriam recebido a falsa enfermeira por um valor de R$ 600 pelas supostas vacinas contra a covid-19. O valor é semelhante ao que foi cobrado por Cláudia aos empresários do setor de transportes.
Um dos moradores que teria sido imunizado é o empresário Marcelo Martins de Araújo, dono de um haras em Florestal, na Grande Belo Horizonte, de acordo com os dados da PF que a TV teve acesso.
A primeira dose foi recebida por Martins no dia 5 de março. O empresário seria o responsável por indicar os serviços de Cláudia para Rômulo Lessa, que representa a empresa de ônibus Saritur.
Em depoimento, Rômulo Lessa confirma a informação de que conseguiu o contato de Cláudia com Marcelo de Araújo. O empresário do setor de transportes alegou ter passado por uma cirurgia e que temia pela demora da vacina por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).
Essa teria sido a justificativa dada por ele à PF, de acordo com o trecho do depoimento que a TV Globo teve acesso.
O UOL entrou em contato com a Polícia Federal para confirmar os encaminhamentos da investigação, mas até o momento não obteve retorno.
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