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Idoso foragido é preso por homicídio após ser visto em posto de vacinação

Ireno Pretzel foi preso em Arroio dos Ratos (RS) - Divulgação/Polícia Civil-RS
Ireno Pretzel foi preso em Arroio dos Ratos (RS) Imagem: Divulgação/Polícia Civil-RS

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

14/04/2021 20h27Atualizada em 14/04/2021 20h27

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu hoje o aposentado Ireno Pretzel, de 66 anos, que estava foragido desde setembro acusado de matar a mulher, a médica pediatra Lúcia Regina Gomes Schultz, de 60, em março do ano passado.

A prisão aconteceu em Arroio dos Ratos, a 61 quilômetros de Porto Alegre, depois que os agentes receberam a denúncia anônima de uma pessoa que reconheceu o acusado em um ponto de vacinação contra a covid-19 na cidade, um dia antes.

Pretzel responde na Justiça a uma denúncia de feminicídio após ter matado a esposa durante uma discussão na casa de veraneio do casal, em Itapema, litoral de Santa Catarina. Ele foi preso no dia do crime, mas conseguiu liberdade em 3 de junho. O aposentado estava foragido desde setembro após novo mandado de prisão preventiva.

"Ele foi vacinado ontem contra a covid-19. A informação chegou à inteligência depois disso. Os policiais nos passaram a informação de que ele estaria aqui na região e checamos o endereço, onde o vimos hoje na frente da residência", detalhou o delegado Marco Schalmes, da Delegacia Regional de Charqueadas.

O aposentado vivia em Arroio dos Ratos desde dezembro. Ele passou a morar com uma mulher que conheceu na internet. Segundo os agentes, a atual companheira afirmou que não sabia dos delitos praticados por Pretzel e ainda duvidou dos policiais.

Ambos almoçavam no momento da prisão.

"Pelo Tinder, ele conversou com uma mulher que mora aqui na região do Rio Grande do Sul e desde dezembro residiam juntos em Arroio dos Ratos. Ela não acreditava na gente mesmo mostrando o mandado de prisão. Coloquei o nome dele no Google, mostrei as reportagens e, aí sim, acreditou, começando a chorar", conta o delegado.

O réu não reagiu à prisão e aguarda decisão administrativa para saber se vai esperar pelo julgamento no Rio Grande do Sul ou se será transferido para Santa Catarina.

"Ele não esboçou reação, não se sentiu surpreendido, não chorou nem teve raiva. Não se alterou em nenhum momento", descreveu a autoridade.

O advogado do aposentado, Alex Blaschke Romito Almeida, informou ao UOL que a defesa entrou com um pedido de liberdade no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para que o Pretezel aguarde o julgamento em liberdade.

Ele considera que réu não apresenta perigo à sociedade e destacou que ele se enquadra dentro do público de risco da covid-19.

O crime

O assassinato de Lúcia aconteceu em 20 de março de 2020 por volta das 1730, em Itapema.

Após uma discussão entre o casal, Pretzel teria esganado a esposa. Os vizinhos acionaram a PM (Polícia Militar), que arrombaram a porta da residência e encontraram a vítima morta.

O réu fugiu do local, mas foi preso logo em seguida ao retornar para buscar a carteira. Os dois tinham um relacionamento de 2013.