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Advogada é resgatada após sofrer golpe e passar 6 meses em trabalho forçado

Proprietário da chácara teria chegado a quebrar janela de veículo em acesso de fúria contra vítima - PCMS/Divulgação
Proprietário da chácara teria chegado a quebrar janela de veículo em acesso de fúria contra vítima Imagem: PCMS/Divulgação

Naian Lopes

Colaboração para o UOL, em Pereira Barreto (SP)

04/05/2021 20h50Atualizada em 04/05/2021 21h31

A Polícia Civil em Mato Grosso do Sul resgatou hoje uma advogada de 56 anos que estava trabalhando em uma chácara na cidade de Água Clara, a 192 km de Campo Grande, em situação análoga à escravidão.

Os policiais chegaram ao local após uma denúncia anônima e confirmaram que a mulher estava na situação descrita. Segundo a equipe que investiga a ocorrência, a vítima, que teve a identidade preservada, contou que sofreu um golpe ao ser convidada para trabalhar em um escritório na região, há cerca de seis meses.

A mulher é natural de São Paulo, mas estaria morando na Bahia antes de se mudar para Água Clara após aceitar a suposta oferta de emprego.

Desde então, ela vivia em situação análoga à escravidão na zona rural da cidade de pouco mais de 15 mil habitantes.

Segundo o depoimento da vítima, ela vinha sofrendo constantes agressões por parte do suposto contratante. Ela foi resgatada pelas autoridades policiais e encaminhada até a delegacia da cidade para fazer uma denúncia formal.

Na declaração oficial à polícia, ela contou que após sua chegada, quando soube que o trabalho no escritório de advocacia não existia, o homem que intermediou a vaga teria proposto que ela trabalhasse na chácara.

Diante da situação, ela aceitou, mas acabou trabalhando por seis meses sem salário e sofrendo com as agressões.

A advogada deu detalhes do que sofreu nos meses em que esteve no imóvel e revelou que chegou a ser agredida com um porrete durante um momento de estresse do proprietário do local. Os policiais que atenderam a ocorrência afirmaram que ela estava muito assustada.

A Polícia Civil não efetuou a prisão do dono da chácara em flagrante, mas abriu um inquérito. O homem, que não teve a identidade divulgada, será investigado pelo crime de redução à condição análoga à de escravo e por lesão corporal grave. Somadas, as penas podem chegar a 13 anos.