Mãe e avó presas colocavam menino em lixeira e o dopavam, dizem testemunhas
A criança que era mantida em cárcere privado em uma casa de Belford Roxo, na Baixada Fluminense sofria maus-tratos, vivia em uma lata de lixo e era dopada constantemente, segundo testemunhas do caso. Mãe e avó foram presas em flagrante na segunda-feira (17).
Segundo moradores da comunidade do Gogó da Ema ouvidas pelo jornal Extra, a criança de 8 anos vivia em um espaço com menos de 2 metros quadrados e passava horas sem ser alimentado e com sede - no resgate, ele se mostrava desnutrido e com quadro de inanição.
Conforme também apurou o UOL, o menino foi encontrado "trancado no canil sozinho e com diversos ferimentos no corpo, elevado grau de desidratação e desnutrição", disse o delegado José Salomão Omena.
A mãe e a avó estão presas de forma preventiva - seus nomes não serão divulgados, de maneira a proteger a identidade da criança. Elas foram indiciadas pelos crimes de tortura e cárcere privado. Mãe e avó alegaram que a criança tinha problemas mentais e por isso era mantida presa para evitar que ela fugisse.
Ainda segundo os moradores da comunidade, a criança era dopada "com fortes doses de calmantes" e dormia amarrada a uma cama. Ela vivia em uma casa com outras três crianças com idades entre 3 e 10 anos. Todas as vítimas foram encaminhadas ao Conselho Tutelar.
A decisão, que converteu para preventiva a prisão da dupla, expedida pelo juiz Rafael Almeida Rezende, da 1ª Vara Criminal de Belford Roxo, diz que "o menor chegou ao hospital fraco, desnutrido, com falhas no cabelo, cicatrizes arredondadas, dentes escuros e em estado de pânico, por ter sido submetido a intenso sofrimento físico e mental".
Os atos foram dirigidos com o fim de produzir sofrimento intenso à criança, já abandonada pela mãe, sendo ela trancada, ficando vários dias sem comer, não cabendo falar-se em meros maus tratos"
Devido às lesões e ao estado de saúde, o menino foi levado para atendimento médico e está internado sob cuidados de uma equipe multidisciplinar. O estado de saúde dele é delicado, segundo a polícia. Mãe e avó do menino podem ser condenadas até 15 anos de prisão.
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