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Corpo é identificado mais de dois anos após tragédia em Brumadinho

Além dos 259 mortos pelo desastre em Brumadinho, outras 10 pessoas seguem desaparecidas - Douglas Magno / AFP
Além dos 259 mortos pelo desastre em Brumadinho, outras 10 pessoas seguem desaparecidas Imagem: Douglas Magno / AFP

Colaboração para o UOL

27/05/2021 19h27Atualizada em 27/05/2021 21h37

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), divulgou hoje em sua rede social, que uma vítima do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, foi identificada mais de dois anos após a tragédia. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, trata-se de Renato Eustáquio de Sousa, de 34 anos, soldador da Vale.

"Um alento para as famílias das vítimas de Brumadinho: foi identificada hoje mais uma joia. Que Deus conforte os familiares. Não vamos perder as esperanças", escreveu.

A tragédia ocorreu no dia 25 de janeiro de 2019 e matou 270 pessoas. A última identificação de uma vítima havia ocorrido em 28 de dezembro de 2019. Depois disso, as buscas não tiveram mais sucesso, sendo detectados mais de 900 segmentos de corpos. Dois anos após o acidente, dez pessoas continuam desaparecidas.

Em entrevista ao jornal O Tempo, o superintendente da perícia técnica e científica, Thales Bittencourt de Vasconcelos, disse que o segmento do corpo identificado hoje foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros em 14 de janeiro de 2021 e encaminhado para análise no Instituto de Criminalística da Polícia Civil duas semanas depois.

De acordo com o superintendente, o Instituto de Criminalística recebeu 909 segmentos de corpo desde dezembro de 2019, sendo que 874 deles já foram identificados, sendo de outras vítimas. "Temos ainda 35 segmentos em processamento no laboratório de DNA passando pelo processo de extração. A Polícia Civil ainda recebe, em média, um segmento por dia e continuamos trabalhando para poder identificar todas as vítimas", pontuou.

Em comunicado divulgado pela Polícia Civil, o superintendente ressalta a importância das operações de busca. "Tanto o IML quanto o Instituto de Criminalística vêm trabalhando diuturnamente, buscando a solução desta questão de identificação de todas as vítimas. Sabemos da importância, o que isso significa para as famílias, e estamos empenhados nisso", disse.

Maior operação de resgate do País

As buscas pelas vítimas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão se arrastam por dois anos e quatro meses e já mobilizaram mais de 4.000 bombeiros de todo o estado em operações contínuas, divididas em mais de sete fases e se consolidando como a maior operação de busca e resgate do Brasil. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, os militares se preparam para iniciar a oitava fase da operação.

"Atualmente, o CBMMG se prepara para a implementação da oitava fase de buscas, que contará com tecnologia para a aceleração do processo de vistoria de rejeito, doutrina advinda das análises dos especialistas bombeiros militares e que aumentará ainda mais a possibilidade de se localizar e identificar as 10 joias restantes. Dessa forma, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais segue comprometido e em busca dos desaparecidos pelo direito de encerrar um ciclo com a dignidade que merecem".