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"Orgulho sim": Na parada virtual, LGBTQIA+ compartilham histórias nas redes

Do UOL, em São Paulo

06/06/2021 19h27Atualizada em 06/06/2021 19h33

No país que mais mata pessoas transexuais e travestis no mundo e onde ser LGBTQIA+ é um risco diário de violência, celebrar o orgulho é comemorar a sobrevivência. Essa é a mensagem de quem o celebra este ano. "Orgulho sim, para chegar até aqui tive que sobreviver", escreve um internauta.

Sem poder sair às ruas para celebrar na maior parada do orgulho LGBTQIA+ do mundo, as redes viraram o espaço para comemorar e compartilhar as histórias de orgulho e também de luta. Seja com fotos, mensagens ou montagens de look, internautas repetem o feito do ano passado de tornar a parada o assunto mais comentado da internet.

Celebrada todos os anos na Avenida Paulista, a Parada LGBT de São Paulo acontece on-line pelo segundo ano seguido devido à pandemia da covid-19. Embora já seja um motivo para comemoração em si mesma, a parada desse ano é especial: são 25 anos lembrando que há diversas cores no arco-íris e todas exigem respeito.

Entre os assuntos mais comentados hoje no Twitter, a hashtag "OrgulhoLGBT" reúne histórias de casais que se casaram graças à luta pelo reconhecimento da união de casais do mesmo sexo no Brasil, ocorrido apenas em 2011. Convida às pessoas a terem orgulho de sua identidade de gênero e sexualidade e chama atenção para os assuntos que ainda precisam avançar no país, como combate à homofobia e estigmatização.

HIV/Aids: Ame + Cuide + Viva +

Desde as 14h, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo acontece de forma totalmente online, com artistas e influenciadores discutindo o tema deste ano: HIV/Aids: Ame + Cuide + Viva +.

Segundo a organização, é um alerta para a sociedade combater os estigmas e preconceitos que cercam o vírus, mas também é um convite para celebrar a vida, a alegria e a união das pessoas LGBTQIA+ e de toda a sociedade, principalmente neste momento em que o país ainda enfrenta a pandemia do coronavírus.

De acordo com o Índice de Estigma em Relação às Pessoas Vivendo com HIV/Aids de 2019, realizado pelo Unaids nas cidades de São Paulo, do Recife, de Salvador, de Porto Alegre e de Manaus, cerca de 47% das pessoas entrevistadas nessas cidades revelaram terem sido alvo de comentários ou fofocas sobre sua soropositividade. A difamação também está dentro da família, como relataram 42% dessas pessoas. Enquanto cerca de 19% afirmaram terem sofrido assédio verbal pelo mesmo motivo.

Por isso, a APOLGBT-SP abraçou o tema e trouxe essa discussão ao evento. A ideia é contribuir com a mensagem de que viver com o vírus não deve ser motivo para se esconder, se envergonhar ou discriminar.

"É importante entender que o HIV/Aids não é exclusividade de algumas pessoas ou de determinados grupos. É um tema que deve ser abordado com inteligência, empatia e boa vontade por toda a sociedade porque é transversal e perpassa por diversos recortes sociais, étnico-raciais, religiosos e geográficos. Mas também é importante tratar do assunto com leveza para podermos amar mais, cuidarmos mais uns dos outros e vivermos mais e melhor. É isso que queremos trazer nessa segunda versão virtual da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo", disse a presidente da APOLGBT-SP, Cláudia Regina Garcia.

*Com Agência Brasil