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Universidade expulsa estudantes por castração irregular de cão em república

Cachorro foi resgatado na segunda (14) com sinais de maus-tratos - Reprodução/Polícia Militar Ambiental de Presidente Prudente
Cachorro foi resgatado na segunda (14) com sinais de maus-tratos Imagem: Reprodução/Polícia Militar Ambiental de Presidente Prudente

Pietra Carvalho

Do UOL, em São Paulo

16/06/2021 20h06Atualizada em 17/06/2021 08h35

A Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) anunciou a expulsão de quatro estudantes da instituição, investigados por maus-tratos e castração irregular de um cachorro em uma república de Presidente Prudente, no interior de São Paulo.

Na nota, publicada na noite de ontem, a universidade afirma ainda que se colocou à disposição das autoridades para ajudar na recuperação física do animal. "Desejamos profundamente que fatos como este não se repitam em qualquer lugar do planeta, e reforçamos aqui o nosso compromisso de lutar para que os animais recebam todo cuidado e carinho que merecem", concluiu o comunicado.

Também ontem, o CRMV-SP (Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo) publicou nota de repúdio sobre o episódio informando que os estudantes que moravam na república cursavam Medicina Veterinária e Zootecnia na Unoeste.

O conselho afirmou que havia entrado em contato com a universidade e também com a delegada de Polícia Civil de Presidente Prudente para pedir "as providências cabíveis em relação aos alunos identificados pelo crime de maus-tratos e por exercício ilegal da profissão".

Fotos e vídeos publicados pelos universitários nas redes sociais mostraram a prática de uma castração irregular no cão resgatado na segunda-feira (14), com o CRMV destacando que o procedimento foi realizado fora de ambiente supervisionado pela universidade ou por médico-veterinário formado, colocando em risco o bem-estar e a saúde animal.

"Adicionalmente, o Conselho, apesar de não ter ingerência para apuração dos casos e penalização ética, visto que não se tratam de profissionais graduados e registrados, colocou-se a disposição da delegada de Polícia Civil de Presidente Prudente para dar todo o suporte técnico que se faça necessário com relação ao animal e a fundamentação da situação de crime de maus-tratos, reforçando tratar-se também de uma contravenção penal pelo exercício ilegal da profissão", completou a nota.

A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar a prática de maus-tratos pelos estudantes expulsos.

Polícia Militar foi alertada por posts nas redes

O cão que morava na residência dos universitários foi resgatado pela Polícia Militar Ambiental na noite desta segunda-feira (14), com sinais de violência.

Em nota, a PM informou que foi avisada de que um dos jovens estaria postando vídeos no Instagram indicando que o animal seria mutilado. Uma equipe da PMA foi até a casa, uma república de estudantes, e averiguou e que os responsáveis pelos posts não estavam mais no local.

Foram encontrados dois cães no quintal, sendo um deles de cor branca, da raça Labrador, "aparentando estar sedado e com dificuldade de locomoção". O animal apresentava ainda uma sutura na região do órgão genital, com sinais de castração.

Os agentes localizaram também a mesa onde foi feito o procedimento cirúrgico e os materiais utilizados, como luvas, gazes sujas de sangue, embalagens com agulhas, fio de sutura, seringas e, em uma lata de lixo, o testículo do animal.

Um médico veterinário designado pela polícia atestou que o animal passou pelo procedimento de castração. Um membro do Conselho Municipal de Proteção Animal e Presidente do grupo de proteção animal "Beco da Esperança", que ficou responsável pelo cão até sua total recuperação.

Polícia Civil abriu inquérito

Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o caso foi registrado pela Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Presidente Prudente, que abriu inquérito para apurar as acusações contra os estudantes, que não tiveram a identidade divulgada por nenhum dos órgãos.

"A equipe da unidade já identificou testemunhas e os envolvidos na ação, que foram chamados para prestarem depoimento. As investigações prosseguem", concluiu a SSP-SP.