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Família atacada por Lázaro foi salva após alerta de filha, diz polícia

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

16/06/2021 19h17Atualizada em 17/06/2021 11h12

O alerta de uma refém para um policial salvou a vida dela e de seus pais após serem feitos refém ontem por Lázaro Barbosa de Sousa, segundo a polícia. A família foi abordada em uma chácara em Cocalzinho (GO), 110 quilômetros a oeste de Brasília, e teria sido morta se os agentes não tivessem chegado a tempo, na avaliação da polícia.

Segundo o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, policiais da força-tarefa que procura o suspeito de matar quatro pessoas da mesma família no Distrito Federal, na semana passada, tinham visitado a chácara no dia anterior. Um dos agentes deixou um número de telefone para contato em caso de emergência. Quando Lázaro, 32, apareceu, a filha do casal avisou o policial.

Ao notar a aproximação dos agentes, Lázaro largou a família e fugiu, afirmou o secretário. "Policiais civis, militares e rodoviários cercaram a região em busca do suspeito e estão visitando várias residências."

O secretário disse acreditar que o cerco vá dar resultados ainda nas próximas horas. "Hoje nós vamos pegar", afirmou, em entrevista a jornalistas.

Segundo Miranda, um morador avisou a polícia hoje à tarde que viu o Lázaro numa área monitorada pela polícia. O secretário informou ainda que, em outro local, foi localizada uma camisa suja de sangue. A peça de roupa foi enviada para perícia por exame de DNA, de acordo com o secretário. Ainda não se sabe se Lázaro está ferido

Lázaro é procurado há uma semana pelas polícias do Distrito Federal e de Goiás. Suspeito de matar Cláudio Vidal, a mulher dele e os filhos do casal, na zona rural do Incra 9, em Ceilândia, ele tem extensa ficha criminal, com condenação por homicídio, roubo e estupro, além de outras ocorrências em delegacias, como mostrou o UOL.

Nesta quarta-feira (16) pela manhã, Sousa se movimentou pela região de Cocalzinho (GO), no entorno de Brasília, de acordo com Miranda.

Parece que agora cedo ele andou se movimentando. Mas estamos no encalço dele. Tem duas informações, e nós estamos checando"
Rodney Miranda, secretário de Segurança

O secretário disse que Sousa matou mais uma pessoa em Goiás, mas não revelou a identidade da vítima. Assim, o homem se tornou suspeito de cinco mortes apenas nos últimos dias. "Temos cinco mortes, quatro no DF [em Ceilândia, na semana passada] e uma aqui [em Goiás]."

Polícia recorre a rádios do Exército

Um agente de segurança que está na mata procurando Lázaro afirmou ao UOL que a comunicação entre os próprios policiais é um problema para localizar o foragido. As zonas rurais da região de Cocalzinho (GO) têm poucas torres de comunicação por telefone celular.

Miranda confirmou as dificuldades de comunicação relatadas pelo policial à reportagem. Ele disse hoje que o Exército cedeu aparelhos de rádio que funcionam em frequências dentro da mata para auxiliar as buscas.

A comunicação é um fator tão importante que o ponto do comando das operações foi removido para o povoado de Girassol, em Cocalzinho. "Lá nos conseguimos uma internet melhor, mais espaço, e onera menos os comerciantes da região", justificou Miranda.

Há mais de 200 policiais atuando nas buscas por Sousa, com agentes das polícias Federal, Rodoviária, Civil e Militar do Distrito Federal e de Goiás. Miranda disse que ele é o coordenador da ação e que está em contato direto com o secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo Ferreira. Os dois secretários são policiais federais.