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PMs são suspeitos de 'blindarem' festas clandestinas no PR

PMs do Paraná respondem acusação na Justiça Militar - Divulgação
PMs do Paraná respondem acusação na Justiça Militar Imagem: Divulgação

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

30/06/2021 17h24Atualizada em 30/06/2021 17h24

O MPPR (Ministério Público do Paraná) denunciou à Justiça dois policiais militares suspeitos de permitirem festas clandestinas durante a pandemia do coronavírus, em Ibiporã, a 410 km de Curitiba.

De acordo com a RPC, afiliada da TV Globo na região, os militares receberam propina para não fiscalizarem eventos que desrespeitavam decretos de controle sanitário da prefeitura da cidade, que tem 55 mil habitantes e registra 135 mortes em razão da covid-19. Foram 6.238 casos confirmados, com 3.031 pessoas já recuperadas.

A denúncia do MPPR acusa os militares pelo crime de prevaricação e narra que a prática ocorreu entre abril e maio de 2021, após um dos suspeitos ser contratado para "blindar" os eventos, proibidos pelas medidas sanitárias contra a pandemia, das denúncias que chegavam à corporação.

Áudios trocados entre os policiais embasaram a denúncia, segundo a TV local. Em uma delas, um dos suspeitos avisa o colega de farda que está em uma festa com 20 pessoas "controlando o som bem de boa".

"Estamos em umas 20 pessoas aqui. (...) Estou controlando o som aqui bem de boa. Não tem malaco e nada. Só os amigos meus mesmo. Daí se tiver alguma ligação, alguma coisa aí de reclamação, cê (sic) me dá um toque, irmão, para não fechar o rolê aqui", disse o homem na gravação veiculada pela emissora.

"Fica tranquilo, sossegado.[Se] chegar alguma coisa aqui eu cancelo", respondeu o outro denunciado.

De acordo com o MP, os denunciados alegavam em relatórios, após o recebimento de denúncias, que "todas as viaturas estavam ocupadas" no momento das ligações.

Além do crime da condenação pelo crime de prevaricação, o MPPR pede que os militares sejam multados e percam os cargos na corporação.

Em resposta enviada à RPC, a PMPR (Polícia Militar do Paraná) informou que a denúncia do Ministério Público é resultante de elementos já apurados internamente pela corporação. A PM não informou se os militares envolvidos estão afastados.