Ativistas pedem soltura de Galo, preso por incendiar estátua de Borba Gato
Diversos ativistas e artistas se pronunciaram nas redes sociais nesta semana pedindo a liberdade do manifestante Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Galo, um dos autores do incêndio à estátua do bandeirante Borba Gato, na zona sul de São Paulo.
Ontem, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) decidiu mantê-lo preso. Com isso, a liminar que mandou soltar o ativista assinada na quinta (5) pelo ministro Ribeiro Dantas, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), perdeu a validade, já que se referia à revogação de uma prisão temporária.
Galo está atrás das grades desde 28 de julho, quando se apresentou à polícia e assumiu ter sido um dos autores do incêndio. A mulher dele, Géssica de Paula Silva, também foi presa pela ação, mas a Justiça revogou a prisão temporária após constatar que ela estava dentro de casa no dia do ato.
O rapper Mano Brown publicou uma foto pedindo liberdade para o ativista. "Uma prisão pra tentar calar a luta", defendeu em legenda.
O cantor Emicida também se pronunciou pelas redes sociais pedindo liberdade para o manifestante.
Além dos artistas, o político Guilherme Boulos (PSOL) comentou a decisão da Justiça de manter a prisão de Paulo Galo, classificando-a como um "absurdo".
O advogado criminalista Augusto Arruda Botelho chamou a decisão de "sem fundamentação".
A vereadora de São Paulo, Erika Hilton (PSOL-SP), afirmou que a decisão do TJ-SP é "abusou de autoridade".
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) também se pronunciou sobre o caso.
A também deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) classificou a prisão como "política e ilegal".
No início da semana, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) classificou como "equivocada" e "precipitada" a prisão do manifestante.
"Me parece que alguém queria mostrar serviço, quando, na verdade, o Galo não deveria ter sido preso por ter queimado aquela estátua", salientou o petista, em entrevista à rede TVT.
Ao UOL, o advogado André Lozano, que representa Galo, contestou a decisão do TJ-SP. "Isso confirma que se trata de uma prisão política. Não foi trazido nada de novo ao caso que pudesse justificar a decretação da preventiva, que está sendo usada para antecipar a pena", disse.
Galo disse que o objetivo do incêndio era abrir o debate sobre a representatividade da estátua. "Em nenhum momento, foi feito para machucar alguém ou querer causar pânico. Que as pessoas agora decidam se querem ter uma estátua de 13 metros de altura que homenageia um genocida e um abusador de mulheres", afirmou, antes de se apresentar à polícia.
No decreto, o TJ-SP diz haver materialidade comprovada dos crimes de incêndio, associação criminosa, adulteração de sinal identificador de veículo automotor e corrupção de menores —devido à participação de um adolescente no ato.
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