Lula: prisão de ativista por fogo em estátua do Borba Gato foi 'equivocada'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou hoje como "equivocada" e "precipitada" a prisão do entregador de aplicativos e ativista Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Galo, que admitiu ter participado do incêndio à estátua de Borba Gato, em São Paulo.
"A prisão do Galo foi não só equivocada, precipitada, ou seja, me parece que alguém queria mostrar serviço, quando, na verdade, o Galo não deveria ter sido preso por ter queimado aquela estátua", salientou o petista, em entrevista à rede TVT, na manhã de hoje.
O ex-presidente entende que, caso a estátua tenha valor patrimonial ou cultural para a cidade, é preciso abrir a discussão. "Que você possa até fazer uma crítica ao comportamento do Galo, o que você não pode é deixar de discutir e achar que a solução é prender. A solução não é prender", complementou Lula.
Galo está preso desde a última quarta-feira (28), quando se apresentou voluntariamente à polícia junto à mulher, Géssica de Paula Silva, e afirmou ter sido um dos autores do incêndio à estátua do bandeirante Borba Gato, na zona sul de São Paulo, no último dia 24. Géssica teve a prisão revogada na última sexta (30).
Ontem, a defesa dele protocolou um pedido de habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça), após negativa do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) no domingo (1º).
No pedido enviado ao STJ, a defesa argumenta que Galo compareceu espontaneamente à delegacia e diz que a sua prisão "evidencia a tentativa de criminalização da manifestação popular e política legítima".
O movimento Revolução Periférica assumiu a autoria do ato no mesmo dia. Ao confessar ter feito parte do ato, Galo afirmou que a atitude visava "abrir o debate".
Borba Gato
Inaugurada nos anos 1960 a estátua de Borba Gato gera polêmicas desde que foi instalada na Praça Augusto Tortorelo de Araújo, no bairro de Santo Amaro. O monumento homenageia Borba Gato, do grupo de bandeirantes paulistas que exploraram territórios no interior do país, escravizando indígenas e negros entre os séculos 16 e 17, segundo obras como "Vida e Morte do Bandeirante", de Alcântara Machado, de 1929.
Em 2016, a estátua foi atacada com um banho de tinta. No ano passado, o debate ganhou força nas redes sociais brasileiras pelo histórico do bandeirante.
Levantamento realizado no ano passado pelo Instituto Pólis indica ao menos 14 obras e monumentos em vias públicas da cidade de São Paulo que são contestadas por movimentos sociais por causa das narrativas que constroem - -a lista inclui a estátua de Borba Gato.
* Com informações da reportagem de Lucas Borges Teixeira, do UOL, em São Paulo
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