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Esteticista sai para trabalhar e é achada morta e enterrada 2 dias depois

Ana Cecília Brito da Costa, de 19 anos, foi atender um cliente na manhã do domingo (22) e não voltou - Reprodução/Redes Sociais
Ana Cecília Brito da Costa, de 19 anos, foi atender um cliente na manhã do domingo (22) e não voltou Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Daniele Dutra

Colaboração para o UOL, no Rio

25/08/2021 13h23Atualizada em 25/08/2021 23h53

A designer de sobrancelhas Ana Cecília Brito da Costa, de 19 anos, foi atender um cliente na manhã do último domingo (22) em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, mas não voltou para casa, preocupando sua família. Na tarde de ontem (24) a Polícia Militar encontrou o corpo da esteticista enterrado no quintal de um suposto cliente. O suspeito foi detido, encaminhado à delegacia e autuado em flagrante pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver.

A vítima trabalhava como esteticista, com design de sobrancelhas e extensão de cílios, e iria se formar em micropigmentação em dezembro desse ano. No domingo (22) ela recebeu uma ligação de manhã para um trabalho, anotou o endereço no desenho do filho e avisou a namorada que iria até a casa de um cliente.

Ela saiu de onde mora em Coroa Grande, Itaguaí, por volta das 10h30 da manhã e pediu um carro de aplicativo para o bairro Engenho, que fica a 10 minutos de casa. Flavia Ribeiro, namorada de Ana, mandou uma mensagem perguntando se ela havia chegado bem, mas não teve resposta. Desde então, a família procurou a polícia para descobrir o paradeiro da designer e divulgou a foto nas redes sociais em busca de informações.

ana - Reprodução/Redes Sociais - Reprodução/Redes Sociais
Ana Cecília Brito da Costa trabalhava com estética
Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Dois dias após o desaparecimento, uma vizinha do suspeito sentiu o mau cheiro na casa ao lado e chamou a polícia. O corpo de Ana Cecília foi encontrado em um buraco no terreno de Jonathan Silva e as roupas escondidas de baixo da pia da cozinha. A família diz que ela foi estuprada, encontrada nua e enterrada com uma telha em cima.

"Não vamos poder nem ver o rostinho dela, o caixão vai ter que ser fechado. O pior de tudo é que esse cara já tem outras passagens por estupro e conseguiu escapar de outros crimes. Nós faríamos três anos em 16 de setembro, estávamos planejando noivar, mas não foi dessa vez" disse Flavia Ribeiro, companheira da designer, ao UOL.

"Minha filha foi torturada, estuprada, asfixiada, morta e enterrada na casa desse homem. Nós só pedimos justiça. Outras pessoas que foram vítimas dele entraram em contato comigo por número restrito, pedindo justiça também. Ele não pode escapar disso. Ele tirou o meu bebê, deixou meu neto sem mãe. Essa não foi a primeira vez que ele ataca as meninas e ele sempre consegue fugir e escapar da justiça. Eu como mãe não desejo isso para ninguém", lamentou a mãe da vítima, Debora Cristina de Oliveira.

Junto ao motorista de aplicativo que Ana usou, a família conseguiu descobrir o endereço para onde ela havia ido. Eles foram até lá, falaram com o dono da casa, mas o homem negou que tinha visto a designer. Ele estava relutante, mas acabou deixando eles entrarem em uma das casas. Em um outro imóvel, o suspeito informou que estava fechado e que seria de veraneio.

A Polícia Militar informou em nota que agentes do 24º batalhão, em Queimados, foram acionados para verificar ocorrência no bairro Engenho, no município de Itaguaí. No endereço indicado, a equipe encontrou uma pessoa em óbito e a área foi isolada para perícia.

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), já realizou a perícia e encaminhou o corpo da vítima ao Instituto Médico Legal (IML) da região. "O inquérito foi iniciado por auto de prisão em flagrante e segue no prazo legal para diligências complementares, como instrução com provas, laudos periciais, depoimentos testemunhais para assim ter a melhor compreensão dos fatos", informou o delegado Uriel Alcantara, da DHBF.

Ana Cecília vai ser enterrada na tarde de hoje (25) e deixa um filho de 5 anos.