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Quem é o piloto de helicóptero sequestrado no Rio, que já fez até filme

Adonis Lopes posa junto a grupamento especial de elite; policial e piloto, ele já participou de operações polêmicas - Instagram/reprodução
Adonis Lopes posa junto a grupamento especial de elite; policial e piloto, ele já participou de operações polêmicas Imagem: Instagram/reprodução

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

21/09/2021 04h00Atualizada em 21/09/2021 15h39

Com mais de 30 anos de carreira como piloto da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Adonis Lopes de Oliveira foi um dos primeiros condutores na operação de helicópteros blindados. Apesar do recente susto passado — ao ter sido rendido no ar por dois criminosos armados com fuzis — o comandante afirma que não irá deixar de pilotar.

Um dos episódios que marcaram o nome de Adonis Lopes foi em maio de 2012. A Polícia Civil realizou uma operação em Senador Camará, na Zona Oeste da capital fluminense, para prender o traficante José Sabino Pereira, 37, conhecido como Matemático — considerado, na ocasião, como um dos mais procurados do Rio de Janeiro. O criminoso acabou morto na ação por diversos tiros que foram disparados do helicóptero que Adonis pilotava.

O comandante chegou a ser afastado pela Polícia Civil, em 2013, durante as investigações do Ministério Público Estadual. Imagens, exibidas pelo "Fantástico" mostraram que os policiais atingiram diversas casas durante a perseguição. Na época, Adonis disse que a operação não ofereceu riscos aos moradores.

Outro caso que também marcou o nome do piloto ocorreu em junho de 2012. Um grupo que assaltava turistas chineses na praia de Copacabana foi preso pelos agentes que passavam pelo local de helicóptero. Os policiais realizaram disparos para alertar os assaltantes e chegaram a pousá-lo na areia.

Dois anos antes, em novembro de 2010, Adonis Lopes participou de uma das maiores ações da polícia: a ocupação do Complexo do Alemão. O piloto comandava o blindado que ajudou os agentes a entrar em um dos acessos.

Pelas redes sociais, Adonis Lopes mostra que não só participa de ações policiais. Ele já participou de diversas ações de combate a incêndios pelo país. Uma delas, em 2015, na Chapada da Diamantina, na Bahia. Em dezembro daquele ano, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) havia informado que o fogo devastou mais de 22 mil hectares de mata - o equivalente a 14,6% do total da área da reserva natural.

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20.set.2021 - Adonis Lopes chega para prestar depoimento após sequestro de helicóptero
Imagem: Tatiana Campbell/UOL

Em 2011, Adonis também esteve presente numa tragédia climática, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Segundo o Governo, foram mais de 900 mortes e mais de 30 mil pessoas ficaram desalojadas após os estragos provocados por um forte temporal que deixou diversos estragos como deslizamentos e enchentes.

O piloto da Polícia Civil, que já chegou a realizar viagens para alguns famosos, como o atual jogador do Flamengo Diego Ribas, as irmãs do nado sincronizado Bia e Branca Feres, o ator Vladimir Brichta e o ator sueco Joel Kinnaman, também já apareceu nas telonas. No filme "Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro", Adonis foi o comandante do helicóptero em que o ator principal, Wagner Moura, estava.

Recentemente, em 2020, Adonis Lopes decidiu tentar investir na carreira política e se candidatou a vereador pelo Rio de Janeiro nas eleições de 2020. Ele aparece em fotos ao lado do senador Flávio Bolsonaro e do presidente Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, o piloto disse que "embora tenhamos alcançado uma votação expressiva, estivemos um pouco distante do total necessário para eleição". Não eleito, o policial agradeceu às 1.921 pessoas que votaram nele.

Hoje pela manhã, ao ser questionado se acreditava que ser policial desde 1988 teria sido fundamental para evitar que os criminosos conseguissem concluir a ideia de resgatar um preso do Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, Adonis disse: "eu tenho certeza que sim. Eu, depois de tudo o que fiz de combate à criminalidade, não ia conseguir conviver com esta situação". Ele disse também que ação foi uma "mistura de audácia e burrice".

Atualmente, além de piloto da Polícia Civil, o comandante também costuma realizar voos particulares e participa de viagens para a distribuição de doses da vacina contra a Covid-19.