Universitária é picada no lábio por lacraia: 'Do tamanho do meu celular'
Uma universitária de 21 anos, moradora de São Vicente, no litoral de São Paulo, precisou de atendimento médico de urgência após ser picada por uma lacraia enquanto dormia.
A estagiária de comércio exterior Nataly Galdino mora com os pais em uma casa no bairro Jardim Independência, na encosta do Morro do Itararé, em São Vicente. Na madrugada de sábado (9), por volta das 3h30, ela estava dormindo em seu quarto quando sentiu algo picando o lábio superior.
"Na hora senti uma ardência muito forte, parecia que estava queimando. Como estava escuro, minha reação foi levar a mão à boca e, quando senti algo pendurado, puxei. Mas não saía, levou alguns segundo para eu conseguir arrancar. Quando levantei da cama, corri e acendi a luz e vi a lacraia em cima das minhas cobertas", contou ela ao UOL.
"Olhei no espelho e vi que a minha boca estava inchada, me assustei, a dor era horrível. Gritei para chamar meus pais e meu pai veio correndo e conseguiu pegar a lacraia e colocar num vidro. Ela era enorme, do tamanho do meu celular", acrescentou a universitária.
Assustado com a cena, o pai decidiu levar a jovem até a unidade de saúde mais próxima, a UPA da Zona Noroeste, em Santos, onde foi atendida em caráter de urgência. Nataly sentia que a sua garganta começava a inchar e ela já não conseguia respirar com facilidade.
"Foi um desespero, porque eu não conseguia puxar o ar", afirmou Nataly.
Só depois que o médico me atendeu senti um alívio, porque ele explicou que o veneno da lacraia não é tóxico o suficiente para provocar algum mal pior ou a morte em um ser humano. Só dor e inchaço mesmo. Fui medicada e aguardei por duas horas em observação.
Nesse momento, Nataly teve a ideia de fazer uma selfie para publicar nas redes sociais. Seu desejo era fazer um alerta aos moradores da região, para que tomem cuidado com animais peçonhentos, como a lacraia que a picou.
"Provavelmente, ela deve ter vindo pelo ralo do box. Meu quarto é em frente ao banheiro. Hoje, quando tomo banho, fico o tempo todo olhando para ele, com medo de sair outra lacraia de lá. Assim que acabo, tampo o ralo completamente", disse a estagiária.
Após o incidente, a rotina da casa da família mudou. Quase diariamente, ela e os pais fazem inspeção nos cômodos, arrastam móveis e levantam cortinas e cobertas das camas. Querem ter certeza que não vão encontrar outro animal indesejado.
Não há relatos de mortes no Brasil
Segundo o Instituto Vital Brazil, o veneno das lacraias é muito pouco tóxico para o homem. Embora existam muitas lendas a respeito desse animal, não há no Brasil relatos comprovados de morte nem de envenenamentos graves em acidentes com lacraias, informa o site da instituição.
Os sintomas são: dor forte e inchaço (edema) no local da picada. Em acidentes com indivíduos grandes, também podem ocorrer febre, calafrios, tremores e suores, além de uma pequena ferida.
Também conhecidas como "centopeias", esses animais são caçadores noturnos muito rápidos e têm o corpo adaptado para penetrar em frestas, onde se escondem durante o dia. Podem medir até 23 centímetros e se alimentam de insetos, lagartixas, camundongos e até filhotes de pássaros.
Por isso, para evitar acidentes com esses animais, o instituto alerta para a importância de limpar os ralos semanalmente e mantê-los fechados quando não estão em uso. O mesmo vale para caixas de gordura e de esgoto.
Os jardins devem ser limpos e as plantas ornamentais e trepadeiras devem ser afastadas das paredes. Deve-se evitar usar porões, garagens e quintais como depósito para objetos fora de uso e que possam servir de esconderijo.
Em caso de acidente, não se deve ingerir álcool. O local da picada deve ser mantido o mais limpo possível. Buscar auxílio médico é recomendável, não importando a gravidade dos sintomas.
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