Viúva de Evaldo passa mal em julgamento ao ver acusados de matar seu marido
A viúva do músico Evaldo dos Santos Rosa, Luciana Nogueira, passou mal na manhã de hoje, no momento da chegada dos 12 militares acusados da morte de seu marido à sessão de julgamento que acontece no auditório da Justiça Militar do Rio.
Luciana chorou muito quando os réus chegaram, teve de ser atendida por uma equipe médica por cerca de dez minutos fora do auditório e retornou em seguida.
Começou hoje o julgamento dos 12 militares acusados de matar Evaldo e o catador de latinhas Luciano Macedo em 7 de abril de 2019 em Guadalupe, zona norte do Rio. O corpo de Evaldo foi atingido por nove tiros, e seu carro, por 62 —ao todo foram 257 disparos de fuzil e pistola.
A Justiça Militar decidirá pela condenação ou absolvição dos acusados pelos dois homicídios, uma tentativa de homicídio (o sogro de Evaldo foi baleado) e omissão de socorro.
Antes da sessão, Luciana Nogueira, disse esperar por uma "justiça digna". "Venho esperando por esse momento há dois anos e meio e a minha expectativa é que se faça uma justiça digna."
A promotora Najla Nassif Palma, responsável pela denúncia, se dirigiu diretamente por duas vezes aos quatro militares que integram o conselho do julgamento para lembrar sobre o compromisso da imparcialidade.
"Não é a instituição do Exército brasileiro que está no banco dos réus, mas são os indivíduos que aqui são os 12 réus."
O julgamento acontecerá através de uma votação de um conselho que é presidido pela juíza federal substituta da Justiça Militar Mariana Aquino e quatro juízes militares de patente superior à dos acusados.
Após a sentença, caberá recurso num prazo de até cinco dias.
Relembre o caso
Na tarde daquele domingo, Evaldo seguia de carro junto com a família para um chá de bebê quando foram alvejados por centenas de disparos efetuados por militares.
Os acusados são Fabio Henrique Souza Braz da Silva, Gabriel Christian Honorato, Gabriel da Silva de Barros Lins, Ítalo da Silva Nunes Romualdo, João Lucas da Costa Gonçalo, Leonardo Delfino Costa, Leonardo de Oliveira de Souza, Marlon Conceição da Silva, Matheus Santanna Claudino, Paulo Henrique Araújo Leite, Vitor Borges de Oliveira e Wilian Patrick Pinto Nascimento.
Dentro do carro do músico, também estavam o sogro dele, Sérgio Gonçalves de Araújo, 59 —que foi atingido de raspão—, Luciana, o filho do casal —então com 7 anos— e uma amiga da família.
O catador Luciano Macedo viu a cena e tentou ajudar a família, mas também acabou sendo baleado. Ele foi socorrido, mas morreu 11 dias após o crime.
Os militares chegaram a ser presos em 2019, mas foram soltos após a decisão do STM (Superior Tribunal Militar) que concedeu a eles o direito de aguardar o julgamento em liberdade. Eles foram afastados das funções nas ruas.
Na época, eles disseram que confundiram o carro da família com o de criminosos que, pouco tempo antes, teriam roubado um veículo da mesma cor.
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