Bombeiro em férias salva vida de homem que se afogava no litoral de SP
Um homem de 32 anos foi salvo de se afogar no mar em Mongaguá, no litoral de São Paulo, por volta do meio-dia de domingo, por um bombeiro militar. De férias, o profissional, que mora em Praia Grande, tinha decidido passar o dia na cidade vizinha a pedido do filho.
O sargento PM Kleiton Duarte, de 38 anos, que há 16 anos atua na frente de combate a incêndios, contou ao UOL que a decisão de passar o dia em Mongaguá foi tomada de última hora, por conta da insistência do filho, Kauã, de 12 anos, em querer surfar no município vizinho.
Falei para ele surfarmos aqui mesmo na Praia Grande, mas ele insistiu. No começo, minha esposa não queria ir também. Mas daí eu também insisti com ela, que acabou topando. Ela não conhecia a plataforma de pesca de Mongaguá e seria uma boa oportunidade. Na verdade, parece que tudo foi convergindo para estarmos lá naquele dia, naquela hora.
Kleiton Duarte, bombeiro
Visitada por milhares de turistas e munícipes todos os anos, a plataforma de pesca amadora foi instalada na cidade em 1977. Ela é a maior plataforma pesqueira em estrutura de concreto armado. Em formato de "T", ela avança 400 metros mar adentro e, ao final, se lança por uma distância de 86 metros para cada um dos lados.
Minutos antes do homem começar a se afogar, a esposa do bombeiro, Andressa, estava conhecendo a plataforma de pesca e fazia fotos, enquanto Kleiton e o filho surfavam em uma área à esquerda da construção.
A vítima, que não teve o nome revelado pelo Corpo de Bombeiros, estava à direita, a 600 metros dali, e seria praticamente impossível para o sargento ver o momento em que a vítima começou a se debater. Com uma visão privilegiada, foi justamente a esposa quem deu o primeiro alerta.
"Ela começou a gritar e a apontar para o outro lado. Segundos depois, todos que estavam na plataforma começaram a gritar também. Foi quando eu entendi o que estava acontecendo. Gritei para o meu filho tomar cuidado, o deixei onde estávamos e segui na direção da vítima, sobre a prancha, e remando com os braços".
O bombeiro conta que venceu a distância em menos de 2 minutos. "A única coisa que passava na minha cabeça, era que eu tinha que chegar rápido até ele. Isso porque o afogamento tem estágios. Um desses estágios é quando a pessoa, já sem forças, desiste de lutar, de se manter na superfície. As forças se exaurem", explicou. "O tempo todo, eu gritava, em pensamento: 'Aguenta mais um pouco! Já estou chegando'.
A cena do resgate foi gravada em vídeo por Andressa. Enquanto o marido avançava em sua prancha na direção do turista, é possível ouvir, ao fundo, os gritos das pessoas que estavam com ela na plataforma de pesca, torcendo para que ele chegasse a tempo de salvar a vítima.
O sargento conta que, ao se aproximar do turista, que mora na região metropolitana de São Paulo, desceu da prancha e a empurrou na direção do homem, que a agarrou, descansando por alguns minutos. Depois, no retorno à praia, ele confidenciou ao sargento que já tinha chegado ao estágio da desistência. Já não encontrava forças para continuar batendo braços e pernas. Agradecido e refeito do susto, o homem sequer precisou de atendimento médico.
"Um minuto a mais e ele poderia ter afundado e perdido a consciência", explica Duarte, que tem especialização em salvamento aquático, na mata e em altura. E, apesar de também ser um exímio mergulhador, o salvamento de vítimas que afundam é muito mais difícil, ainda mais numa área com correnteza forte, como era o caso daquele trecho de mar, sinalizado com placas.
Esse é o segundo salvamento que eu faço nesses 16 anos. E nos dois casos, eu estava de folga. Na hora de mergulhar, verifique se existe um salva-vidas por perto. Essa é uma garantia de que aquele trecho de mar é seguro e visitado com frequência. Também é importante respeitar as sinalizações. Se você se deparar com uma placa alertando para o perigo, não se arrisque. Outra coisa é aprender a respeitar o mar. Ele está em permanente movimento. Não se brinca com o mar.
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