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PMs são afastados ao festejarem soltura de colegas suspeitos de estupro

Luciana Cavalcante

Colaboração para o UOL, em Belém

24/11/2021 14h12Atualizada em 25/11/2021 08h35

Quatro oficiais militares que exerciam funções de comando na Rotam (Ronda Tática Metropolitana) em Belém foram afastados e designados para outras funções por terem comemorado o relaxamento da prisão de outros quatro PMs suspeitos de estupro e tortura de uma jovem. Um vídeo com imagens da comemoração no pátio do quartel, filmado na sexta-feira (19), viralizou nas redes sociais.

A decisão foi publicada no boletim geral da PM, uma espécie de Diário Oficial da corporação, na segunda-feira (21), três dias após a soltura dos PMs, que estavam presos desde setembro. Nas imagens, o grupo da Rotam aparece dançando e cantando palavras ameaçadoras.

"O processo sobre o caso de estupro e tortura corre em segredo de justiça e o mérito ainda não foi julgado, se eles são culpados ou não, e os policiais resolveram fazer essa festa em frente ao quartel", afirmou o promotor de justiça militar Armando Brasil.

Ainda segundo o promotor, os oficiais tiveram apoio logístico com a utilização de viaturas da corporação para o transporte dos policiais.

rotam - Reprodução de vídeo - Reprodução de vídeo
Comemoração filmada em quartel fez com que os policiais fossem exonerados e trocados de função
Imagem: Reprodução de vídeo

Quando tomou conhecimento do fato, a promotoria de justiça militar instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar se houve apologia ao crime e incitação à indisciplina, crimes que estão previstos no código penal militar.

"Ao entoar os cânticos eles estão dizendo palavras que exaltam a prática de crimes como lesão corporal e abuso de autoridade. A Polícia Militar foi concebida para combater crimes, não o contrário", afirma.

O promotor explica que os servidores foram exonerados somente das funções de comando, não do cargo público, o que só pode ocorrer somente ao final da investigação, caso sejam comprovadas as acusações. O prazo da investigação é de 90 dias.

O UOL entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Militar para comentar a decisão, mas não obteve resposta. Esse espaço está aberto e será atualizado caso haja retorno.