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Nem o conheço, diz promotor acusado por Gilmar Mendes de perseguição

Colaboração para o UOL

07/12/2021 09h36Atualizada em 07/12/2021 10h16

O promotor Daniel Zappia disse, em entrevista ao UOL News na manhã de hoje (7), que nem sequer conhece o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que afirma ser perseguido por ele.

Zappia chegou a ser punido pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) após denúncia de Gilmar Mendes, mas o ministro Kassio Nunes Marques suspendeu a punição. O promotor abriu um inquérito civil público para apurar se o ministro Gilmar Mendes se beneficiou financeiramente da estatização da União de Ensino Superior de Diamantino (Uned), em Mato Groso. A faculdade pertencia à família do magistrado e foi vendida ao governo de Mato Grosso, à época comandando por Silval Barbosa (MDB).

"Sequer conheço o ministro. A única relação que tinha era com a obra dele de direito constitucional e a condição de ministro do STF, que definiu vários julgamentos nessa condição", argumentou.

O promotor voltou a dizer que a abertura do inquérito foi apenas o cumprimento de seu dever. "Por dever de ofício tive que investigá-lo. A ideia de uma investigação é justamente apurar o fato e, na sua conclusão, afirmar se há justa causa para responsabilização ou arquivamento. É até uma medida de resguardo para quem é investigado", disse Zappia.

Investigação não concluída

A apuração foi suspensa pela Justiça local. Antes de o promotor chegar à cidade de Diamantino, havia investigações sobre o uso de agrotóxicos em fazendas da região, inclusive da família de Gilmar Mendes. Segundo os advogados do ministro, ao investigar a extinta faculdade da família e promover ações judiciais na área ambiental, o promotor perseguia o membro do Supremo.

A investigação sobre a venda da faculdade Uned não foi concluída até hoje. Há um recurso em análise no Judiciário. Em fevereiro, Maria Mendes a irmã de Gilmar, negou que ele tenha se beneficiado com o negócio.

"Jamais existiu qualquer correlação entre as atividades da Uned e do IDP", o Instituto Brasiliense de Direito Público, que pertence ao ministro do Supremo, afirmou Maria Mendes, em nota ao. "É mais uma investida ilegal por parte de um promotor", disse em fevereiro deste ano.