Monique viveu relação abusiva e foi treinada para depor, diz testemunha
Uma testemunha afirmou hoje em depoimento à 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro que Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, vivia uma relação abusiva com o ex-vereador Dr. Jairinho e que, por isso, foi treinada para os primeiros depoimentos do caso. O casal é acusado da morte do menino de quatro anos em 8 de março no apartamento onde vivia na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Reinaldo César Pereira Schelb é coronel bombeiro da reserva e casado com uma prima de Monique, por isso se considera um tio dela. Schelb diz que sua participação no caso começou quando sugeriu que a sobrinha de consideração tivesse uma defesa separada de Jairinho.
De acordo com Schelb, ele ligou para colegas advogados e até se ofereceu para custear o trabalho dos profissionais. Além disso, ofereceu sua casa, em um condomínio da Barra da Tijuca, para Monique se hospedar.
Mas a família direta da professora negou. Foi definido que André França seria o advogado do casal. Após essa decisão, de acordo com Schelb, Jairinho e Monique treinaram seu depoimento.
"Parece que passaram dois dias treinando o depoimento. Eu falo 'parece' porque eu não testemunhei, foi o que me disseram o falecido pai e a mãe dela", contou.
Schelb diz acreditar que essa defesa única prejudicou Monique, já que a versão sobre a morte de Henry contada por ela, ainda no hospital, foi diferente daquela apresentada na delegacia.
De acordo com ele, no hospital, Monique contou a familiares que estava deitada e foi acordada por Jairinho dizendo que o Henry estava caído no quarto. No depoimento na delegacia, a versão mudou: o casal afirmou que foi Monique quem viu Henry caído e chamou Jairinho.
"Para mim, a verdade é tudo. Se ela tivesse um advogado próprio e na delegacia contasse o que contou no hospital, no momento que estavam tentando ressuscitar ele, [seria melhor]. Acredito que ela foi prejudicada", disse.
Relação abusiva impediu Monique de dar sua versão, diz testemunha
Schelb continuou a relatar o que ouviu da família de Monique. De acordo com esses relatos, houve entrevistas à imprensa que Monique quis contar sua versão sozinha, mas foi impedida. Ele diz acreditar que a professora viveu uma relação abusiva.
"Hoje não há mais surpresa [sobre as agressões]. Tenho ciência que houve uma relação abusiva. A relação abusiva não é só agressiva, é psicológica. A mulher não merece isso", relatou.
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